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Sunday, March 10, 2013

Tanque de Betesda: Asas do Anjo ou da Imaginação?

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Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.
Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.
Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.
Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado. 
João 5:1-9

A Bíblia é formidável. Certo professor que tive me falava que a interpretação Bíblica exigia de seus estudiosos, no mínimo, acesso às cópias dos autógrafos, acesso ao texto  estudado em sua língua original; Como fazer uma boa exegese de um livro, com base em uma interpretação? como se pode "cortar perfeitamente" (orthotomunta - gr. < ορθοτομουντα >), sem ao menos saber o que se estar cortando?

Fui procurado por um Irmão e amigo em Cristo, para esclarecer sobre determinada passagem descrita no evangelho de João 5: 3b~4, que diz: "esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse". A princípio nada de errado com a passagem Bíblica em comento, A fé saltita quando ouve do milagre ali descrito! o Problema não reside no fato de um Anjo mover ou não mover as águas - Isso pode acontecer - EU CREIO!, porém, a pergunta a ser feita é: DE FATO O ANJO AGITAVA AS ÁGUAS?

Talvez essa pergunta soe com um tom de incredulidade, além de fazer muitos desistirem de ler esse post, entretanto, nosso compromisso é com a palavra de Deus. Isso implica em Colocar o que tiraram, e, Tirar o que colocaram nas Santas Escrituras. Cremos acima de tudo que, assim como o próprio Deus, a Bíblia não necessita de ornamentos ou apetrechos: Ela é completa, perfeita. E agora? o que aconteceu? O ANJO AGITOU OU NÃO AS ÁGUAS?

Essa seria uma questão fácil, se não fosse o problema das Cópias do Manuscritos. Essa Passagem, não consta nos manuscritos mais antigos. O que encontramos é o texto acima, com a supressão da segunda parte do versículo 3 e a totalidade do versículo 4, logo, o que se pode afirmar disso é que, nem mesmo os judeus daquela época sabiam que isso acontecia. Simplesmente (se para infelicidade de muitos não sei, para alívio de outros muitos, também não sei) o que alí ocorria, era a presença de pessoas doentes a beira do Tanque de Betesaída.

Se formos analisar o contexto desse texto, veremos que alí se passava um dia incomum, era dia de festividade [vv.1] (Páscoa - entre 14~21 de Abril de 27 dC¹ ), sendo um dia incomum, era comum uma multidão incomum! embora o versículo mostre a esperança deste homem de ser jogado na água para a obtenção da  cura (vv7), entretanto, isso não pode ser pano de fundo para fundamentar o trecho dos versículos 3b~4, pois, nos manuscritos, estes nem existem!

O que de fato João queria mostrar com o trecho de 1~9, fora a autoridade do Messias, que poderia Curar num Sábado (Já que seu Pai - DEUS - não descansa), e Confirmar sua realeza como filho de Deus (vv 17~18) - ELE DE FATO POSSUÍA O DNA DIVINO!!!

Não precisamos colocar nada além do que possui no texto sagrado. Crer uma tarefa voluntária, poder responder a razão da nossa fé requer esmero e cuidado: "e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós...", (1 Pedro 3:15).

Logo, o tanque de Betesda não é a Asa do Anjo, nem muito menos da imaginação, mas podemos afirmar que são as asas da fé, fé no Messias Divino, no seu poder sem limites.



Referência:

¹ Bíblia em Ordem Cronológica
 Novo Testamento Judaico
Manual Bíblico Halley
Bíblia de Estudo Anotada Expandida
Panorama do Novo Testamento
Novo Testamento Grego Interlinear
Novo Testamento Grego Analítico
Bíblia de Estudo Palavra Chave

Monday, August 29, 2011

CAMINHO DA FÉ NO BRASIL

OS NOVOS CAMINHO DA FÉ NO BRASIL: A ÍNTEGRA DE UMA REPORTAGEM QUE CAUSOU SURPRESA PELOS NÚMEROS E REALIDADES QUE APRESENTOU

Acaba de nascer no País uma nova categoria religiosa, a dos evangélicos não praticantes. São os fiéis que creem, mas não pertencem a nenhuma denominação. O surgimento dela já era aguardado, uma vez que os católicos, ainda maioria, perdem espaço a cada ano para o conglomerado formado por protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. Sendo assim, é cada vez maior o número de brasileiros que nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram, na semana passada, que evangélicos de origem que não mantêm vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de insignificantes 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são quatro milhões de brasileiros a mais nessa condição. Essa é uma das constatações que estatísticos e pesquisadores estão produzindo recentemente, às quais ISTOÉ teve acesso, formando um novo panorama religioso no País.

Isso só é possível porque o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação. Se outrora o padre ou o pastor produziam sentido à vida das pessoas de muitas comunidades, atualmente celebridades, empresários e esportistas, só para citar três exemplos, dividem esse espaço com essas lideranças. Assim, muitas vezes, os fiéis interpretam a sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Esse fenômeno, conhecido como secularização, revelou o enfraquecimento da transmissão das tradições, implicou a proliferação de igrejas e fez nascer a migração religiosa, uma prática presente até mesmo entre os que se dizem sem religião (ateus, agnósticos e os que creem em algo, mas não participam de nenhum grupo religioso). É muito provável, portanto, que os evangélicos pesquisados pelo IBGE que se disseram desvinculados da sua instituição estejam, como muitos brasileiros, experimentando outras crenças.

É cada vez maior a circulação de um fiel por diferentes denominações – ao mesmo tempo que decresce a lealdade a uma única instituição religiosa. Em 2006, um levantamento feito pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) e organizado pela especialista em sociologia da religião Sílvia Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), verificou que cerca de um quarto dos 2.870 entrevistados já havia trocado de crença. Outro estudo, do ano passado, produzido pela professora Sandra Duarte de Souza, de ciências sociais e religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), para seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), revelou que 53% das pessoas (o universo pesquisado foi de 433 evangélicos) já haviam participado de outros grupos religiosos. 
ALÁ
Nogueira, muçulmano há um ano: no Rio, os convertidos
saltaram de 15% da comunidade para 85% em 12 anos.
“Os indivíduos estão numa fase de experimentação do religioso, seja ele institucionalizado ou não, e, nesse sentido, o desafio das igrejas estabelecidas é maior porque a pessoa pode escolher uma religião hoje e outra amanhã”, afirma Sílvia, da UFRRJ. “Os vínculos são mais frouxos, o que exige das instituições maior oferta de sentido para o fiel aderir a elas e permanecer. É tempo de mobilidade religiosa e pouca permanência”. Transitar por diferentes crenças é algo que já ocorre há algum tempo. A intensificação dessa prática, porém, tem produzido novos retratos. Denominadores comuns do mapa da circulação da fé pregam que católicos se tornam evangélicos ou espíritas, assim como pentecostais e neopentecostais recebem fiéis de religiões afro-brasileiras e do protestantismo histórico. Estudos recentes revelam também que o caminho contrário a essas peregrinações já é uma realidade.

Em sua dissertação de mestrado sobre as motivações de gênero para o trânsito de pentecostais para igrejas metodistas, defendida na Umesp, a psicóloga Patrícia Cristina da Silva Souza Alves verificou, depois de entrevistar 193 protestantes históricos, que 16,5% eram oriundos de igrejas pentecostais. Essa proporção era de 0,6% (27 vezes menor) em 1998, como consta no artigo “Trânsito religioso no Brasil”, produzido pelos pesquisadores Paula Montero e Ronaldo de Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Para Patrícia, o momento econômico do Brasil, que registra baixos índices de desemprego e ascensão socioeconômica da população, reduz a necessidade da bênção material, um dos principais chamarizes de uma parcela do pentecostalismo. “Por outro lado, desperta o olhar para valores inerentes ao cristianismo, como a ética e a moral cristã, bastante difundidas entre os protestantes históricos”, afirma.

Em busca desses valores, o serralheiro paraibano Marcos Aurélio Barbosa, 37 anos, passou a frequentar a Igreja Metodista há um ano e meio. Segundo ele, nela o culto é ofertado a Deus e não aos fiéis, como acontecia na pentecostal Assembleia de Deus, a instituição da qual Barbosa foi devoto por 16 anos, sendo sete como presbítero. O serralheiro cumpria à risca os rígidos usos e costumes impostos pela denominação. “Eu não vestia bermuda nem dormia sem camisa, não tinha tevê em casa, não bebia vinho, não ia ao cinema nem à praia porque era pecado”, conta. Com o tempo, o paraibano passou a questionar essas proibições e acabou migrando. “Na Metodista encontrei um Deus que perdoa, não um justiceiro.”

AMÉM
É cada vez mais comum ex-pentecostais, como o atual metodista Barbosa,
que foi pastor da Assembleia de Deus (acima), aderirem às protestantes históricas




A teóloga Lídia Maria de Lima irá defender até o final do ano uma dissertação de mestrado sobre o trânsito de evangélicos para religiões afro-brasileiras. A pesquisadora já entrevistou 60 umbandistas e candomblecistas e verificou que 35% deles eram evangélicos antes de entrar para os cultos afros. Preterir as denominações cristãs por religiões de origem africana é outro tipo de migração até então pouco comum. Não é, porém, uma movimentação tão traumática, uma vez que o currículo religioso dos ex-evangélicos convertidos à umbanda ou ao candomblé revela, quase sempre, passagens por grupos de matriz africana em algum momento de suas vidas. Pai de santo há dois anos, o contador Silvio Garcia, 52 anos, tem a ficha religiosa marcada por cinco denominações distintas – e a umbanda é uma delas. Foi aos 14 anos, frequentando reuniões na casa de uma vizinha, que Garcia, batizado na Igreja Católica, aprendeu as magias da umbanda. Nessa época, também era assíduo frequentador de centros espíritas. Aos 30, ele passou a cursar uma faculdade de teologia cristã e, com o diploma a tiracolo, tornou-se presbítero de uma igreja protestante. Um ano depois, migrou para uma pentecostal, onde pastoreou fiéis por seis anos. “Mas essas igrejas comercializam a figura de Cristo e eu não me sentia feliz com a minha fé”, diz.

A teóloga Lídia sugere que os sistemas simbólicos das religiões evangélica e afro-brasileira têm favorecido a circulação de fiéis da primeira para a segunda. “Há uma singularidade de ritos, como o fenômeno do transe. Um dos entrevistados me disse que muito do que presenciava na Igreja Universal (do Reino de Deus) ele encontrou na umbanda”, diz. Em suas pesquisas, fiéis do sexo feminino foram as que mais cometeram infidelidade religiosa (67%). Os motivos que levam homens e mulheres a migrar de religião foram investigados pela professora Sandra, da Umesp. Em outubro, suas conclusões serão publicadas em “Filosofia do Gênero em Face da Teologia: Espelho do Passado e do Presente em Perspectiva do Amanhã” (Editora Champanhat).
SALVAÇÃO
Homens pensam em si quando buscam uma nova crença:
Higuti, pastor da Bola de Neve, queria se livrar das drogas


Uma diferença básica entre os sexos é que as mulheres mudam de religião em busca de graça para quem está a sua volta (a cura para filhos e maridos doentes ou a recuperação do casamento, por exemplo). Já os homens são motivados por problemas de fundo individual. Assim ocorreu com o empresário paulista Roberto Higuti, 45 anos, que se tornou evangélico para afastar o consumo e o tráfico de drogas de sua vida. Católico na infância, budista e adepto da Igreja Messiânica e da Seicho-No-Ie na adolescência, Higuti saiu de casa aos 15 anos e se tornou um fiel seguidor do mundo do crime. Sua relação com as drogas foi pontuada por internação em hospital psiquiátrico, prisão e duas tentativas de suicídio. Certo dia, cansado da falta de perspectivas, viu uma marca de cruz na parede, ajoelhou-se e disse: “Jesus, se tu existes mesmo, me tira dessa vida maldita.” Há cinco anos, o empresário é pastor da neopentecostal Igreja Bola de Neve, onde ministra dois cultos por semana. “Quero, agora, ganhar almas para o Senhor”, diz.

Antes de se fixar na Bola de Neve, Higuti experimentou outras quatro denominações evangélicas. Mobilidades intraevangélicas como as dele ocorrem com aproximadamente 40% dos adeptos de igrejas pentecostais e neopentecostais, segundo a especialista em sociologia da religião Sílvia, da UFRRJ. Os neopentecostais, porém, possuem uma particularidade. Seus fiéis trocam de igreja como quem descarta uma roupa velha: porque ela não serve mais. São a homogeneização da oferta religiosa e a maior visibilidade de algumas denominações que produzem esse efeito. “Esse grupo, antigamente, era o tal receptor universal de fiéis, para onde iam todas as religiões. Hoje, a singularidade dele é o fato de receber membros de outras neopentecostais”, diz Sandra, da Umesp. “Quanto mais acirrada a concorrência, maior a migração.” A exposição na mídia, fundamentalmente na tevê, é a principal estratégia dos neopentecostais para roubar adeptos da concorrente direta. E cada vez mais as pessoas estabelecem uma relação utilitária com a religião. De acordo com a pesquisadora Sandra, se não há o retorno (material, na maioria das vezes), o fiel procura outra prestadora de serviço religioso. Estima-se, por exemplo, que 70% dos atuais adeptos da Igreja Mundial – uma dissidente da Universal – tenham migrado para lá vindos da denominação de Edir Macedo. “Entre os neopentecostais não se busca mais um líder religioso, mas um mago que resolva tudo num estalar de dedos”, diz Sandra. “Essa magia faz sucesso, mas tem vida curta, uma vez que o fiel se afasta, caso não encontre logo o que quer”.

SEM LAÇOS
Lucina não segue nenhum credo, mas quando quer alcançar uma graça
procura algum serviço religioso: 30% fazem o mesmo anualmente.


Cansada de pular de uma crença para outra, a artesã paulista Lucina Alves, 57 anos, não sente mais necessidade de pertencer a uma igreja. Há oito anos, ela diz ser do grupo dos sem-religião. No entanto, recorre a ritos de fé, principalmente católicos, espíritas e da Seicho-No-Ie, sempre que sente vontade de zelar pelo bem-estar de alguém. “Há um mês, fui até uma benzedeira ligada ao espiritismo para ajudar meu filho que passava por problemas conjugais”, diz. Dados do artigo “Trânsito religioso no Brasil” revelaram que 30,7% das pessoas que se encontram na categoria dos sem-religião frequentam algum serviço religioso anualmente e 20,3% fazem o mesmo mais de uma vez por mês. “Já participei de reuniões evangélicas de orações em casa de familiares”, conta Lucina.

A artesã não cultua santos, crê em Deus, Jesus Cristo e acende vela para anjos. No campo das ciências da religião, manifestações espirituais como as dela são recentes e vêm sendo tema de novos estudos. A migração de brasileiros para o Islã é outro fenômeno que cresce no País. O número de convertidos na comunidade muçulmana do Rio de Janeiro, por exemplo, saltou de 15% em 1997 para 85% em 2009. Ex-umbandista que hoje atende por Ahmad Abdul-Haqq, o policial militar paulista Mario Alves da Silva Filho tem um inventário religioso de dar inveja. Batizado no catolicismo, aos 9 anos estreou na umbanda em uma gira de caboclo e baianos. Um ano depois, juntando moedas que ganhava dos pais, comprou seu primeiro livro, sobre bruxaria. Aos 14, passou a frequentar a Federação Espírita Paulista, onde fez cursos para trabalhar com incorporações e psicografia. Aos 17 anos, trabalhou em ordens esotéricas ao mesmo tempo que dava expediente na umbanda. O policial, mestrando em sociologia da religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), decidiu se converter ao islã quando fazia um retiro de padres jesuítas. Em uma noite, sonhou com um árabe que o indicava o islã como resposta para suas dúvidas. Aos 29 anos, ele entrou em uma mesquita e disse que queria ser muçulmano. Saiu de lá batizado e, desde então, faz cinco orações e repete frases do “Alcorão” diariamente. “Descobri que sou uma criatura de Deus e voltarei ao seio do Criador.”

MECA
Migração atípica: o policial Filho, de currículo
religioso extenso, trocou a umbanda pelo islã.


Faz dez anos que o número de convertidos ao islã no País aumentou. E não são os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que marcam esse novo fluxo, mas a novela “O Clone”, da Globo. Foi ela que “introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família”, como defende Paulo Hilu da Rocha Pinto em “Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica” (Editora Santuário), de 2010. “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%. Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, diz a antropóloga Francirosy Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto.

Assistente financeiro, o paulista Luan Nogueira, 23 anos, tornou-se muçulmano há um ano. Por indicação de um amigo, passou a pesquisar o islã e descobriu que o discurso estigmatizado criado após o 11 de setembro, que relacionava a religião à intolerância e à violência, não era verdadeiro. “Encontrei na mesquita e no “Alcorão” a ética da boa conduta”, diz. “Me sinto mais próximo de Deus no islã.” Para o professor Frank Usarski, do Centro de Estudo de Religiões Alternativas de Origem Oriental, da PUC-SP, o atrativo do islã é o fato de não ter perdido, diferentemente de outras religiões, a competência da interpretação completa da vida. “Ele oferece um guarda-chuva de referências para esferas como economia e ciência”, diz Usarski.

ORIXÁS
Ex-liderança evangélica, Garcia largou os cultos cristãos (abaixo) para se tornar pai de santo.


Segundo o escritor Pinto, que também é professor de antropologia da religião na Universidade Federal Fluminense, o islã permite aos adeptos uma inserção e compreensão sobre questões atuais, como, por exemplo, a Palestina, a Guerra do Iraque e segurança internacional, para as quais outros sistemas religiosos talvez não deem respostas. “Se a adoção do cristianismo em contextos não europeus do século XIX pôde ser definida com uma conversão à modernidade, a entrada de brasileiros no islã pode ser vista como uma conversão à globalização”, escreve ele, em seu livro.

É cada vez mais comum, no País, fiéis rezando com a cartilha da autonomia religiosa. Esse chega para lá na fé institucionalizada tem conferido características mutantes na relação do brasileiro com o sagrado, defende a professora Sandra, de ciências sociais e religião da Umesp. “Deus é constituído de multiplicidade simbólica, é híbrido, pouco ortodoxo, redesenhado a lápis, cujos contornos podem ser apagados e refeitos de acordo com a novidade da próxima experiência.” Agora é o fiel quem quer empunhar a escrita de sua própria fé.





Fonte: Isto É
Copiado de: Fatos em Foco 

Tuesday, October 12, 2010

Profetas, existem eles ainda hoje? - Parte VI


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 A contemporaneidade do ministério profético

Quando falamos no ministério profético contemporâneo encontramos como barreira principal o entendimento desse ministério ao longo da história do povo judeu. Os profetas desenvolveram diferentes funções e receberam diferentes conotações ao longo de sua história. A grande dificuldade é associarmos ao termo “profeta” aos diferentes trabalhos realizados por diversas pessoas ao longo da história. Devemos entender que a própria Bíblia é chamada de Profecia: sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação (2Pe 1.20). O próprio Jesus chamou a também chama a Bíblia de profecia: Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. (Ap 1.3). Partindo do princípio que a própria Bíblia em si só é a maior profecia que Deus deu ao homem, logo todos os que são fiéis a ela são profetas do Senhor.
É bem verdade que muitos profetas do Antigo e do Novo Testamento foram instrumentos de utilizados por Deus para produzir sua Palavra, mas os profetas de hoje são apenas divulgadores dessa Palavra. Para entendermos melhor essa questão devemos analisar a estrutura religiosa do povo judeu na linha do tempo.


Como podemos observar na Antiga Aliança a estrutura religiosa do povo judeu consistia basicamente e quatro pilares: Os sacerdotes, os levitas, profetas e os escribas. Com a vinda do Messias (Jo 1.29), o sistema religioso passaria por uma reestruturação face a seu ministério, como disse João “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”. Com essa reestruturação os próprios ministérios seriam modificados para atender ao novo padrão cerimonial. Conforme nos mostra o apóstolo Paulo em Ef 4.11 “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”. Novos ministérios foram criados por Jesus para melhor se adequar a Nova aliança. A grande questão é: se os que pastoreiam são chamados de pastores. Os que evangelizam são chamados de evangelistas e os que ensinam são chamados de mestres ou professores, por que os que profetizam em nome e pelo Senhor não podem ser chamados de profetas?
Devemos entender que o ministério profético ainda continua vivo e é de fundamental importância para a igreja do século XXI, pois como disse Salomão “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz” (Pv 29.18).
Devido a grande banalização dos vários ministérios dentro das igrejas ao longo dos anos, foram elitizando e “endeusando” determinados ministérios dentro das igrejas. Hoje se cria “semi-ministérios” dentro de nossas igrejas simplesmente por não entendermos o “Ide” de Jesus descrito em Mc 16.15. Hoje se criou o ministério de intercessão porque achamos que muitos não foram chamados para interceder. Criou-se o ministério de evangelismo porque entendemos que muitos não foram chamados para evangelizar, em fim, a elitização de determinados ministérios acabam inutilizando muitos subjugando a outros.



Devemos encarar o ministério profético de modo crescente e não pontual.  Cada profeta fez o melhor que pode dentro de seu tempo. Como profetas da igreja do século XXI devemos entender que estamos na terceira geração de profetas e que esse é o nosso tempo e que devemos fazer o melhor que podermos e, a exemplo dos que deram suas vidas em prol das verdades de Deus, não nos vendermos ao sistema religioso que ronda as igrejas de Cristo na terra.

Conclusão

Estamos chegando ao final de nosso trabalho e você pode está se pergunto: então todos na igreja são profetas? A resposta a essa pergunta é não. Conforme analisamos nas Escrituras e no estudo da palavra profeta na linha do tempo, o verdadeiro profeta é aquele que prega o verdadeiro evangelho, denuncia o pecado e não se vende ao sistema religioso que ronda as igrejas, caso contrário, não passaremos de freqüentadores de igrejas e jamais um profeta de Deus.
Ser profeta não tem nada a ver com falar em línguas ou revelar o futuro de pessoas ou acontecimentos. Ser profeta é simplesmente está apto a ouvir a voz do Senhor e a transmitir a todos quantos o Senhor nos mandar. Em muitos casos um profeta hoje só é reconhecido se ele falar o que o povo gosta de ouvir, distribuir palavras de prosperidades e viver revelando um pseudo futuro. Muitos dos que anunciam o evangelho hoje proclamando a volta de Jesus não são considerados como profetas. Não importa que título tenhamos, o mais importante e saber que estamos fazendo a vontade de Deus e contribuindo com a sua seara.


“E, respondendo ele (Jesus), disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.”
(Lc 19.40)

Referências



1.     Bevere, John. Assim diz o Senhor. Rio de Janeiro. CPAD.2009
2.     BÍBLIA. Português.  Bíblia Ilumina. SBB. São Paulo. 2007.1CD-ROM
3.     BÍBLIA. Português.  Bíblia Online. Módulo Avançado 3.0. SBB. São Paulo. 2007.1CD-ROM
4.     BÍBLIA. Português.  Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro. 2007
5.     César, Éber M. Lenz. HGB – História e Geografia Bíblica. São Paulo. Candeia.2001
6.     Champlin, Russell Norman. Enciclopédia da Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo. Hagnos.2001
7.    Ellisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo. Vida.2007 
8.  Joyner. Rick. O ministério profético. São Paulo. Shemá.2001

Profetas, existem eles ainda hoje? - Parte V







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Características do ofício de um profeta

Enquanto os sacerdotes levavam a Deus as necessidades e pecados do povo  por meio do ritos cerimoniais, os profetas levavam ao povo a vontade e, muitas vezes, a indiguinação de Deus por conta da apostasia de Israel. Porém quando falamos em ofício de um profeta não significa dizer que todos os profetas fizeram ou farão exatamente o que outros fizeram, pois cada um desenvolverá seu ministério segundo a vontade de Deus e não a sua própria vontade. Excerto os profetas que apostataram da fé (Lm 4.13), os demais profetas falaram as palavras de Deus, mas nem todos operaram milagres como, por exemplo, Joel, Amós, Obadias... Que desenvolveram um importante papel como profeta de Deus, mas não operaram nenhum milagre. Isso é um exemplo claro da diversidade do ministério profético do Senhor.
 Dentre as muitas características do ofício de um profeta podemos destacar três principais:
a)      Mestres - Em determinadas situações os profetas, que também eram exímios conhecedores da Lei, atuavam como mestres no meio do povo. Como muitos deles eram itinerantes, andavam entre as tribos ensinando a Lei do Senhor ao povo judeu.
b)      Reformadores – quando o povo se esquecia dos feitos do Senhor e o abandonava se envolvendo na apostasia era função dos profetas revelarem ao povo seus pecados de modo a se arrependerem e voltarem a ter comunhão com o Senhor (1Rs 18.22-39;21.17-29; Jr 21.1-14;23.1-4)
c)      Operadores de milagres – Em muitos casos a atuação do profeta  resultava na operação de milagres para uma evidenciação do poder de Deus em favor de seu povo:
                                                             I.            Moisés – As dez pragas no Egito (Ex 7.12)
                                                           II.            Eliseu transforma saudáveis as águas (2Rs 2.19-22)
                                                         III.            Eliseu aumentou o óleo da viúva (2Rs 4.1-7)
                                                        IV.            Elias ressuscitou o filho da viúva (1Rs 17.17-24)

Como já vimos anteriormente, o profeta falava por orientação do Senhor, não somente o futuro como também trazia a existência coisas do passado que eram de suma importância para resolução de coisas do presente. Tanto no Antigo como no Novo Testamento temos exemplos de profetas trazendo a existência coisas do passado como o caso de:
a)      Natã revelando o pecado de Davi com Bate-Seba (2Sm 11.1-12.25)
b)      Pedro revelando o pecado de Ananias e Safira (At 5.1-11)

O ofício de um profeta não era o de prever o futuro, mas sim revelar ao povo a vontade expressa de Deus de modo a proporcionar um profundo arrependimento em momentos de apostasia ou até mesmo consolo nos momentos de perseguição, mesmo que para tal ele revelasse o passado, presente ou futuro.




2.     A vida do profeta

Não se trata de uma regra, mas em geral os profetas eram pessoas solitárias que se dedicavam exclusivamente a transmitir a Palavra de Deus ao povo. Esse perfil é mais comum nos profetas veterotestamentários, razão pela qual se popularizou como padrão de profeta.
Em linhas gerais os profetas possuíam uma vida difícil haja vista a condição moral e espiritual do povo em diversos momentos da história de Israel. Nesse momento o Senhor enviava por meio deles uma palavra que, muitas vezes, provocava a ira do povo contra eles. Atentemos para o texto de Hebreus 11.36-38
E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.  Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados  (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.

Analisando as palavras grifadas acima podemos ter uma idéia de como era dura a vida dos homens e mulheres que se dedicavam ao ministério profético. Suas vidas estavam constantemente em perigo devido a seu ministério. Tanto no Antigo como no Novo Testamento encontramos vários registros de como esses homens sofreram em prol de uma causa que vai muito além de uma simples ideologia humana. Como diz as Escrituras (Jr 2.30; 1Rs 19.10; Mt 23.27; Lc 13.34; At 6.8-15; 14.19; 2Cor 11.23-25), muitos morrem, foram serrados, decapitados, mas nenhum abandonou seu ministério ou se vendeu ao sistema religioso de sua época. Aleluia!

Sunday, October 10, 2010

Profetas, existem eles ainda hoje? - Parte IV

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O profeta no Antigo Testamento  
O termo “profeta” é repetido no Antigo Testamento aproximadamente 340 vezes. É bem verdade que estão nessa conta os profetas pagãos, mas a maioria se refere aos profetas judeus. Esses homens se destacaram em seu tempo por sua postura e fidelidade à vontade do Senhor. Muitos deles foram perseguidos por falar a verdade, mas isso não os abatia, muito pelo contrário, o Senhor concedia mais ousadia e poder perante seus algozes. Um exemplo disso foi o que ocorreu com o profeta Jeremias que foi castigado e preso por falar o que Zedequias, rei de Judá, não queria ouvir.
Os profetas do Antigo Testamento possuíam algumas características bastante peculiares que os diferencia dos profetas neotestamentários:
a.      Na maioria das vezes, suas mensagens iniciavam com a frase “Assim diz o Senhor”. Essa frase é utilizada exclusivamente pelos profetas do Antigo Testamento. Levando em consideração que o povo de Israel sempre esteve envolvido, de uma forma ou de outra, com o paganismo das terras pelas quais passou a possuir, esse prelúdio utilizado pelos profetas da Antiga Aliança servia como um divisor de águas entre a Palavra do Senhor e os ritos pagãos que muitas vezes envolviam a nação judaica.
b.      Outra característica dos profetas veterotestamentário era que os mesmos estavam sempre lidando com reis e o povo ao mesmo tempo. Nos tempos antigos muitos reis eram assessorados pelos profetas em momentos de decisões como foi o caso em que o profeta Eliseu aconselhou o rei de Israel a respeito de Naamã, comandante do exército do rei da Síria (2Rs 5.1ss). Por outro lado, em muitos casos, o Senhor repreendia os reis por meio de seus profetas como o caso do profeta Natã que repreende a Davi por seu pecado com Bate-Seba (2Sm 11.1-12.25). Por conta dessa característica muitos desses profetas eram perseguidos, açoitados e até mortos.
Tanto os profetas como os sacerdotes são figuras que se destacam na história do povo judeu. A grande diferença entre eles pode ser vista no gráfico da página seguinte. Enquanto os sacerdotes eram os representas do povo perante Deus, os profetas eram os representantes de Deus perante o povo. Tal característica colocava os profetas numa condição de risco tendo em vista que a mensagem trazida por eles nem sempre agradava ao povo, eram mensagens de repreensão e juízo. A exemplo dessa perseguição podemos citar os profetas Jeremias e Elias que foram perseguidos por falarem o que Deus mandou e não o que o povo e o rei queria ouvir.


O profeta no Novo Testamento
Como falamos anteriormente, o ministério profético no Novo Testamento possui características diferente e não inferior do ministério profético do Antigo Testamento. Enquanto que a maioria dos profetas veterotestamentário se relacionava muito com reis e com o povo, o profeta do Novo Testamento vai se relacionar muito com o povo e com a igreja.
Por conta de uma idéia equivocada de profeta, Infelizmente muitos cristãos hoje quando ouvem falar de profetas, acabam associando aos profetas do Antigo Testamento (Isaías, Elias, Ezequiel...), por essa razão, muitos não conseguem enxergar as grandes palavras proféticas descritas no Novo Testamento pelos profetas neotestamentário.  Aliás, quando falamos em profetas no Novo Testamento parece que o único nome que nos vem à mente o nome de João Batista. Mesmo estando no Novo Testamento João Batista não pertence a geração de profetas neotestamentários,  mas sim o último profeta da Antiga Aliança. Observemos o seguinte texto: A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele. (Lc 16.16). Jesus está colocando o ministério profético de João na mesma Aliança que os profetas veterotestamentário e não dizendo que o ministério profético se encerrou em João. Mais adiante trataremos com detalhe sobre esse tema em A contemporaneidade do ministério profético.
A grande dificuldade de identificarmos os profetas neotestamentário dá-se pelo fato dos mesmos aparecerem descritos no Novo Testamento pelos nomes de seus ministérios. Como assim? Partindo do princípio que profeta é aquele que, verdadeiramente, fala em nome do Senhor, encontramos vários profetas conhecidos por seus ministérios e dons. Vejamos o que o apóstolo Paulo diz em Ef 4.11-13, E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. O apóstolo Paulo está falando a igreja que estava em Éfeso, se o ministério profético tivesse terminado em João isso implicaria dizer que Paulo estaria orientando a igreja neotestamentária a respeito de um ministério extinto.
Com a instituição dos ministérios da igreja neotestamentária o nome profeta não era mais tanto usado como no Antigo Testamento, todavia o trabalho ou missão desenvolvida pelos profetas veterotestamentário passou a ser realizado pelo ministerial no Novo Testamento. Ao analisarmos o ofício dos profetas do Antigo Testamento percebemos com muita clareza que tal ofício está embutido dentro do ofício dos apóstolos, pastores e evangelistas do Novo Testamento. O grande problema não está no termo profeta, mas sim na qualidade e fidelidade dos que se dizem profetas do Senhor.
 O ministério profético foi fundamental para o povo judeu veterotestamentário, neotestamentário e ainda continua sendo fundamental para a igreja do século XXI. O grande problema hoje é identificarmos os verdadeiros profetas do Senhor. A exemplo  do profeta Balaão (Nm 22.5ss), que se vendeu aos moabitas e midianitas a fim de amaldiçoar o povo de Deus, muitos profetas de Deus hoje tem se vendido a sistemas religiosos e tem profetizado o que seus líderes e membros desejam ouvir e não o que o Senhor está mandando. Mas não é por conta desses “profetas corruptos” que vamos invalidar o ministério profético hoje. Como profetas de Deus devemos atentar para as palavras do apóstolo Pedro:

Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém!

Segundo o apóstolo Pedro as nossas palavras devem estar ancoradas nos princípios e padrões bíblicos de modo a glorificar ao Senhor com nosso testemunho de vida e obra.

Friday, October 8, 2010

Profetas, existem eles ainda hoje? - Parte II


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O que é um profeta
Ainda hoje o termo profeta é utilizado para designar pessoas que falam ou predizem o futuro, pessoas que possuem mensagens apocalípticas e escatológicas. Será que ser profeta é isso mesmo. Bem, É necessário recorrermos ao Antigo Testamento e analisarmos o termo no original para então entender o que realmente significa o termo profeta.
Existem basicamente três palavras mais comuns no Antigo Testamento para designar profeta, cada uma delas possui um sentido específico dentro do contexto ou texto, e somente a observância desses termos poderá trazer luz sobre muitas questões envolvendo o termo profeta em nossos dias.
Termo no Antigo Testamento (Hebraico)
a)      abn Nabi, Profeta (Proclamador das verdades de Deus)
b)      har - ra’ah, Vidente (Revela as coisas do ponto de vista de Deus)
c)      hzxchozeh, Vidente
Termo no Novo Testamento
1.      profhthv prophetes

Como podemos ver no Novo Testamento a palavra profeta não sofre variação como no Antigo Testamento. O termo mais usado para designar o profeta no Antigo Testamento é Nabi, esse termo ocorre cerca de 309 vezes somente no Antigo Testamento (Hebraico), logo nos dá uma oportunidade  de imaginarmos a importância desse ministério para o povo judeu. A primeira vez que a palavra profeta “Nabi” aparece na Bíblia é em Gênesis 20.7, Agora devolva a mulher ao marido dela. Ele é profeta e orará para que você não morra. Nesse texto O Senhor está repreendendo ao rei Abimeleque em um sonho sobre a suposta irmã de Abraão, Sara que era sua esposa e meia irmã. Dentro desse contexto não fica muito claro sobre o significado do termo profeta. Mas quando olhamos para o texto de Ex 7.1,2 encontramos a seguinte declaração: Então o Senhor Deus disse a Moisés: Vou fazer com que você seja como Deus para o rei; e Arão, o seu irmão, falará por você como profeta. Você dirá a Arão tudo o que eu mandar, e ele falará com o rei, pedindo que deixe os israelitas saírem da terra dele. Neste texto fica estabelecido que a função básica do profeta era falar por alguém ou emprestar a sua boca a alguém. O profeta deveria seguir exatamente o que seu Senhor lhe mandasse ou orientasse. Segundo Dt 18.20, o profeta que falasse o que o Senhor não lhe mandou e ou falasse em nome de outros deuses, esse profeta deveria ser morto. Essa orientação do Senhor dada a Moisés para que esse falasse ao povo denota a grande importância e responsabilidade que possuía um profeta do Senhor.
Vale a pena salientar que, durante a história de Israel algumas mulheres como : Miriã (Ex 15.20), Débora (Jz 4.4) e Hulda (2Rs 22.14), também fizeram parte do ministério profético na nação judaica. Mesmo sendo em um número infinitamente menor, essas mulheres, de alguma forma, tiveram sua importância na história do povo judeu.
A palavra Nabi não era uma exclusividade do povo judeu, portanto poderia também designar profetas pagãos, 1Rs 18.19 -  (VINE.249P). Segundo Éber M. Cesar no livro HGB – História e Geografia Bíblica, diz que o povo de Deus sempre esteve cercado de povos pagãos e que esses povos possuíam vários deuses que se utilizavam de seus “profetas” para orientá-los a cerca de sua vontade.
No que diz respeito ao termo usado no Novo Testamento (profhthv – prophetes), possui praticamente o mesmo significado, ou seja, prever acontecimentos futuros (At 11.27), trazer à luz acontecimentos passados (Jo 4.16-19), dentre outras atribuições. Por isso é importante analisarmos o contexto onde está inserida a palavra a fim de não cometermos erros de interpretação.

Thursday, October 7, 2010

Profetas, existem eles ainda hoje? - Parte I


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Estudo gentilmente cedido por  Ailton Souza de Melo, da Igreja Batista Missionária em Itapssuma-PE


Introdução


A igreja do Século XXI nunca esteve tão “inchada” como hoje. Os cultos são repletos de pessoas que vão à igreja religiosamente somente para verem as “apresentações” e não para prestarem um culto racional ao Senhor (Rm 12.1-3). O povo parece não está mais interessado em ouvir a Palavra de Deus ou os ministros não possuem nada de novo a oferecer ao seu rebanho. O problema está se generalizando como a um câncer no interior da igreja e se não houver uma intervenção ela acabará morrendo dessa enfermidade chamada pecado.
A cada dia que passa o modernismo e a elitização de grupos e pessoas se torna mais comum dentro de nossas igrejas onde o que mais importa não é a qualidade do povo, mas sim a quantidade. Em muitos casos o problema já se tornou tão comum que o que é profano já foi santificado e o que é santo foi profanado. Os verdadeiros princípios bíblicos estão sendo, aos poucos, substituídos por dogmas religiosos de acordo com a vontade humana onde o que menos importa são os valores éticos e morais descritos na Bíblia Sagrada.
Não é difícil olharmos hoje para muitas igrejas e encontrarmos o pecado, nas suas mais variadas formas, implantado dentro da casa do Senhor. A respeito desses pecados, já falava o apóstolo Paulo:
Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias (Gl 5.19-21)


Muitos desses pecados são encontrados com freqüência dentro de muitas igrejas devido ao silêncio daqueles que deveriam relatar o pecado do povo e propagar a Lei do Senhor. Cada vez mais, muitos resolvem priorizar o seu bem-estar social e financeiro de modo a se projetarem numa sociedade cada vez mais corrupta e estereotipada. Os nossos profetas calaram sua boca e não mais denunciam o pecado do povo. Parece até que o Senhor não está vendo. Há uma necessidade de se separar o que é puro do que é impuro e voltar aos princípios da verdadeira liberdade e graça de Cristo. Mais infelizmente por falta de verdadeiros profetas é que a igreja de Cristo vem se tornando um tentáculo do mundo.
Onde estão os verdadeiros adoradores do Senhor? Acabaram-se os profetas? Verdadeiramente não! O problema é que muitos nem sabem que foram chamados para proferir a Palavra de Deus e relatar o pecado do povo. Devido a muitos conceitos errados em relação aos ministérios da igreja é que a mesma se encontra mundanizada. No presente texto procuraremos, sistematicamente, mostrar que o ministério profético não acabou e que ele é tão importante para igreja hoje quanto foi para o povo veterotestamentário e neotestamentário.

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