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Monday, February 14, 2011

Creia em Deus e Prove do seu descanso.

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Em Hebreu 3: 7~19, seu autor cita salmos 95: 1~7, tratando do momento em que o povo de Israel negligênciava a comunhão com Deus. Neste mesmo salmo, em seu versículo 10, o salmista usa de uma expressão interessante declarada pelo Senhor a respeito do povo.
Deus afirma que passou quarenta anos desgostado com a Geração do deserto. Em síntese, temos em Números 14: 22~23 a afirmação Divina deste desgosto, onde se lê que "dez vezes foi posto à prova" pelo povo (Mar Vermelho - Ex 14: 11~12; em Mara - Ex 15: 23~24; Deserto e Sim - Ex 16:2; em relação ao Maná - Ex 16: 20~27; Refidim - Ex 17: 1~3; em Horebe - Ex. 32: 7; em Teberá - Nm 11: 1; Murmuração do Populacho - Nm 11:14 e em Cades Barnéia - Nm 14). No versículo nove do mesmo Salmo, Deus afirma que foi posto à prova, o que foi citado no versículo anterior (vv.8), onde cita Meribá e Massa, local onde o Povo punha em dúvida a presença do Senhor no meio da Nação (Sl 95: 2~7). Incredulidade suscita a ira de Deus e traz seu juizo (Sl 95:11), é o que constatamos nos evangelhos, epístolas, salmos, e diante da análise dos livros do pentateuco.

Devida as consequencias da incredulidade, não devemos endurecer  o coração. Trata-se de uma advertência do próprio Espírito de Deus, Lembrando a provação do Deserto (Hb 3: 7~8; Sl 95:7~11); A provação, ou tentação do deserto, diz respeito ao coração fechado ao sobrenatural Divino; Testemunhar o Milagre, e com ele constatar a presença de Deus e mesmo assim, não mudar de atitudes, é provocar a indignação Divina, e nos priva de conhecer o melhor de Senhor - O Porvir (vv.11); Tal posicionamento de incredulidade (vv.9) é Pecado (erro), Deus sonda a mente dos que testemunham do seu poder, e ainda permanecem no vício anterior, desprezando o fato da Existência Divina, é uma prova da ignorância acerca dos caminhos do Senhor, nos privando de participar, caso venhamos agir fé, de sua recompensa vindoura (Hb 3:10); O autor da Epístola aos Hebreus, adverte sobre o permanecer neste posicionamento; chamando esta insistencia de conduta de um "coração perverso de incedulidade", pois o erro provém do coração (vv.10), o que subtamente nos afasta do Deus Vivo (vv. 12). 
Ao Cristão cabe a mútua advertência para que o engano do pecado não nos endureça diante do Senhor (vv.13); só somos participamos de Cristo, se confiarmos (ato de fé) até o fim (vv.14). Deus se indigna com os que persistem na incredulidade (vv.15~17), opõe-se aos desobedientes (vv.18) e não beneficia os incrédulos (vv19). Temos que nos exortar (vv.13) e nos esforçar (Hb 4: 11), para que do Eterno gozemos de seu Descanso.

Sunday, May 23, 2010

Dando milho aos Pombos

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Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí
queimando pestanas organizando suas batalhas
Os guerrilheiros nas alcovas preparando na surdina suas
mortalhas
A cada conflito mais escombros
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
dando milho aos pombos ( 2 vêzes )
Entra ano, sai ano, cada vez fica mais difícil
o pão, o arroz, o feijão, o aluguel
Uma nova corrida do ouro
o homem comprando da sociedade o seu papel
Quando mais alto o cargo maior o rombo
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
dando milho aos pombos ( 4 vêzes )
Eu dando milho aos pombos no frio desse chão
Eu sei tanto quanto eles se bater asas mais alto
voam como gavião
Tiro ao homem tiro ao pombo
Quanto mais alto voam maior o tombo
Eu já nem sei o que mata mais
Se o trânsito, a fome ou a guerra
Se chega alguém querendo consertar
vem logo a ordem de cima
Pega esse idiota e enterra
Todo mundo querendo descobrir seu ovo de Colombo
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
dando milho aos pombos ( 5 vêzes )

(Escute e assista um clip com esta Música)

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVmFOkQZMadj7U_gkrwW0kgLnBQpeg7O3RMjfRotGa5OR0LyAbqh-L44bkv3gmrG11c7LntFaGh6dbMo8-_L3fmfmFlSfCiBCtK9HiZIKrV6SMzAuY7ajplJPI5-6_CRJzZvnmCw/s400/pombo+vivo.jpg
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Há muito o que fazer para ficarmos dando chance ao acaso... Não desperdice seu tempo, Jesus está voltando, faça algo que ajude seu próximo, e alerte-o do perigo de uma vida sem Deus, "Não Fique sentado numa poltrona de apartamento com a boca cheia da dentes esperando a morte chegar", levante-se, atue e mostre o verdadeiro sentido da vida: o Amor. E que este amor o motive a ganhar vidas para o Reino e assim tirar homens e mulheres da hipnose de uma vida sem Deus.

Sunday, February 28, 2010

Porque haverá...


E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
Mateus 24: 3 ao 12


Terremotos no Japão e no Chile com tamanhas proporções, arrasando milhares de vidas, tão fortes que foram sentidos até no Brasil (São Paulo) , fenômeno antecedido por um megaterremoto no Haiti onde outra leva de vítimas fatais chocou o mundo;

Antes desses Eventos o mundo testemunhou o seu primeiro Tsunami (ou o primeiro a ser televisionado), ocorrendo outro no ano de 2009, e com promessas para mais ondas gigantes em séries para o Japão e Chile, Capitais com incidências de tremores;

Depois dessas catástrofes, a assombração de um outro grande problema: Epidemias - que em uma situação de calamidade é o mesmo que está jogando veneno no ar; a vulnerabilidade do homem se mostra cada vez mais diante de desordem, catástrofes e crises, inimigos que este ainda não conseguiu aniquilar.

A Korea do Norte puxa o carro chefe dos que aterrorizam o mundo com o fantasma da guerra, o Irã renovado em sua política comanda a nova ordem nuclear, sendo capaz de enriquecer urânio a 80%; o Império decadente dos Estados Unidos da América, tem sido constantemente bombardeado por críticas em sua intromissão na soberania de outros países, com isso o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, caricatura o que podemos chamar de um pequeno ditador que gostaria de uma boa guerra a todo custo.

O Sol está cada vez mais insuportável! já dois dias que me acordo pensando que perdi a hora para o trabalho, pois o sol já está tão alto às 06h00 da manhã, que pensamos ser mais tarde do que realmente seja - é o verão mais quente que já se teve - afirma os cientistas; Recentemente um Iceberg descolou-se das geleiras, em consequência do calor que parece aumentar a cada dia, essa montanha de gelo possui uma área do tamanho de um estado do Nordeste brasileiro; devido a isso podemos vislumbrar uma futura inundação, ou significativos avanços de costa marítimas, o que pode causar dano ao patrimônio de muitos que vivem e trabalham em áreas de praia.

Pais matando os filhos, filhos matando os pais, traições, desespero, desordem e desconstruções sociais são à cada dia a pauta do senado do nosso país e do mundo, mesmo que tais leis vá de encontro à conceitos científicos, sociais, éticos e religiosos. Hoje matamos mais por prazer do que qualquer outro animal, mesmo nos considerando mais racionais...

A Fome já é um vizinho mais próximo, é comum associar a África a cenas de total miséria! Crianças alimentando a esperança de urubus que desejam alimentos! Tudo Isso ´o mundo que vivemos no aspecto Físico, Político e Social.

Se isso não fosse tão atual, seria um ótimo script para um filme de Hollywood, com todos os efeitos e glamour; porém estamos falando de atualidade, realidade e Profecias, Jesus profetizou antes de sua ressurreição que estas coisas teriam que acontecer antes que ele arrebatasse sua Igreja, e logo após isto viria o fim... O que você está fazendo? de que lado você está? o Rei está voltando, não vacile, antes creia e aceite a mensagem do evangelho, pois tudo o que agora vivemos, vivemos pelo poder de sua palavra que não falha! Mais coisas acontecerão, e espero que antes de sua volta, o Espírito do Senhor o convença da veracidade de sua palavra, pois assim como a profecia de Cristo está se cumprindo, as demais irão se cumprir. Deixo-vos na melhor companhia do mundo, Jesus Cristo, meditem nas suas palavras, pois cada uma é a máxima expressão de amor de Deus para sua vida!



Wednesday, December 2, 2009

Nosso Maior Inimigo

Já ouvi muito dizer que o Diabo é fichinha para a natureza humana. Na realidade, ele utiliza nossa natureza carnal, a fim de nos tentar naquilo que somos frágeis, aproveitando-se de nossas tendências ou paixões carnais num oportunismo sem tamanho (1 Coríntios 10:13).

Sabedores disso, deveríamos cada dia mais tentar andar em Espírito para não cumprir a concupiscência da carne (Gálatas 5:16), entretanto, a cada dia que vivemos neste mundo sem Deus, nos envolvemos com nossos pecados e escondemos em nossos cobertores nossas paixões e desejos sujos e vergonhosos: Uma mentira, Adultério, Fornicação, Roubo, corrupção; Seja lá qual for o pecado, por mais que o consideremos inofensivo, deveríamos nos envergonhar dele pelo simples fato de estarmos entristecendo o Espírito Santo, nosso garantia de Redenção (2 Coríntios 1:22 2 Coríntios 5:5 Efésios 1:13~14).

Disse François Chateaubriand: "O perigo desaparece quando ousamos enfrenta-lo". Na Cara isto não é verdade absoluta, Pois nem todos os perigos são vencidos quando o enfrentamos. A Bíblia manda-nos Resistir, Fugir e acima de tudo Sujeitar-se debaixo da POTENTE mão de Deus (Tiago 4:7 2 Timóteo 2:22 1 Pedro 5:6). Deus nos deu todas as orientações possíveis para sermos aquilo que Ele em sua Eternidade projetou para nós, basta-nos apenas seguir suas orientações e sermos submissos ao seu querer.


Estamos em risco tanto quanto um menino brinca desavisado próximo a uma jaula de Leão, mesmo sentindo-se ameaçado, é descuidado andando muito próximo da perigo fatal que o cerca. Somos pequenos, frágeis, fracos e por isso deveríamos cada dia andar mais próximo daquele que pode nos guardar de todo mal, garantindo-nos vitória sobre a morte (1 Coríntios 15:54~57).

Abandonemos nossos caminhos de morte. Nos desvinculemos de vez de nosso maior inimigo, nos apeguemos por completo ao Senhor e as orientações de sua Palavra. Que não vivamos, mas que Cristo Viva em nós (Gálatas 2:20)! pois só vivendo a vida que o Senhor projetou para nós, é que estaremos verdadeiramente longe do poder de morte.


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Salmos 32

1 Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.
2 Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano.
3 Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia.
4 Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. (Selá.)
5 Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. (Selá.)
6 Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.
7 ¶ Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento. (Selá.)
8 Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.
9 Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.
10 O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no SENHOR a misericórdia o cercará.
11 Alegrai-vos no SENHOR, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que sois retos de coração.

Tuesday, October 20, 2009

A Alma Católica dos Evangélicos no Brasil

Os evangélicos no Brasil nunca conseguiram se livrar totalmente da influência do Catolicismo Romano. Por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade brasileira, a sua maneira de ver o mundo ("cosmovisão"). O crescimento do número de evangélicos no Brasil é cada vez maior – segundo o IBGE, seremos 40 milhões esse ano de 2006 – mas há várias evidências de que boa parte dos evangélicos não tem conseguido se livrar da herança católica.
É um fato que conversão verdadeira (arrependimento e fé) implica numa mudança espiritual e moral, mas não significa necessariamente uma mudança na maneira como a pessoa vê o mundo. Alguém pode ter sido regenerado pelo Espírito e ainda continuar, por um tempo, a enxergar as coisas com os pressupostos antigos. É o caso dos crentes de Corinto, por exemplo. Alguns deles haviam sido impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. Todavia, haviam sido lavados, santificados e justificados "em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus" (1Co 6.9-11) sem que isso significasse que uma mudança completa de mentalidade houvesse ocorrido com eles. Na primeira carta que lhes escreve, Paulo revela duas áreas em que eles continuavam a agir como pagãos: na maneira grega dicotômica de ver o mundo dividido em matéria e espírito (que dificultava a aceitação entre eles das relações sexuais no casamento e a ressurreição física dos mortos – capítulos 7 e 15) e o culto à personalidade mantido para com os filósofos gregos (que logo os levou à formar partidos na igreja em torno de Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o próprio Cristo – capítulos 1 a 4). Eles eram cristãos, mas com a alma grega pagã.



Da mesma forma, creio que grande parte dos evangélicos no Brasil tem a alma católica. Antes de passar às argumentações, preciso esclarecer um ponto. Todas as tendências que eu identifico entre os evangélicos como sendo herança católica, no fundo, antes de serem católicas, são realmente tendências da nossa natureza humana decaída, corrompida e manchada pelo pecado, que se manifestam em todos os lugares, em todos os sistemas e não somente no Catolicismo. Como disse o reformado R. Hooykas, famoso historiador da ciência, “no fundo, somos todos romanos” (Philosophia Liberta, 1957). Todavia, alguns sistemas são mais vulneráveis a essas tendências e as absorveram mais que outros, como penso que é o caso com o Catolicismo no Brasil. E que tendências são essas?



1) O gosto por bispos e apóstolos – Na Igreja Católica, o sistema papal impõe a autoridade de um único homem sobre todo o povo. A distinção entre clérigos (padres, bispos, cardeais e o papa) e leigos (o povo comum) coloca os sacerdotes católicos em um nível acima das pessoas normais, como se fossem revestidos de uma autoridade, um carisma, uma espiritualidade inacessível, que provoca a admiração e o espanto da gente comum, infundindo respeito e veneração. Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos auto-nomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira. A doutrina reformada do sacerdócio universal dos crentes e a abolição da distinção entre clérigos e leigos ainda não permearam a cosmovisão dos evangélicos no Brasil, com poucas exceções.




2) A idéia que pastores são mediadores entre Deus e os homens – No Catolicismo, a Igreja é mediadora entre Deus e os homens e transmite a graça divina mediante os sacramentos, as indulgências, as orações. Os sacerdotes católicos são vistos como aqueles através de quem essa graça é concedida, pois são eles que, com as suas palavras, transformam, na Missa, o pão e o vinho no corpo e no sangue de Cristo; que aplicam a água benta no batismo para remissão de pecados; que ouvem a confissão do povo e pronunciam o perdão de pecados. Essa mentalidade de mediação humana passou para os evangélicos, com algumas poucas mudanças. Até nas igrejas chamadas históricas os crentes brasileiros agem como se a oração do pastor fosse mais poderosa do que a deles, e que os pastores funcionam como mediadores entre eles e os favores divinos. Esse ranço do Catolicismo vem sendo cada vez mais explorado por setores neopentecostais do evangelicalismo, a julgar por práticas já assimiladas como “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo tal”, “a oração da irmã fulana, que é profetisa”, etc.



3) O misticismo supersticioso no apego a objetos sagrados – O Catolicismo no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na alma brasileira: milagres de santos, uso de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, objetos ungidos e santificados, água benta, entre outros. Hoje, há um crescimento espantoso entre setores evangélicos do uso de copo d’água, rosa ungida, sal grosso, pulseiras abençoadas, pentes santos do kit de beleza da rainha Ester, peças de roupa de entes queridos, oração no monte, no vale; óleos de oliveiras de Jerusalém, água do Jordão, sal do Vale do Sal, trombetas de Gideão (distribuídas em profusão), o cajado de Moisés... é infindável e sem limites a imaginação dos líderes e a credulidade do povo. Esse fenômeno só pode se explicado, ao meu ver, por um gosto intrínseco pelo misticismo impresso na alma católica dos evangélicos.



4) A separação entre sagrado e profano – No centro do pensamento católico existe a distinção entre natureza e graça idealizada e defendida por Tomás de Aquino, um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica. Na prática, isso significou a aceitação de duas realidades co-existentes, antagônicas e freqüentemente irreconciliáveis: o sagrado, substanciado na Santa Igreja, e o profano, que é tudo o mais no mundo lá fora. Os brasileiros aprenderam durante séculos a não misturar as coisas: sagrado é aquilo que a gente vai fazer na Igreja: assistir Missa e se confessar. O profano – meu trabalho, meus estudos, as ciências – permanece intocado pelos pressupostos cristãos, separado de forma estanque. É a mesma atitude dos evangélicos. Falta-nos uma mentalidade que integre a fé às demais áreas da vida, conforme a visão bíblica de que tudo é sagrado. Por exemplo, na área da educação, temos por séculos deixado que a mentalidade humanista secularizada, permeada de pressupostos anticristãos, eduque os nossos filhos, do ensino fundamental até o superior, com algumas exceções. Em outros países os evangélicos têm tido mais sucesso em manter instituições de ensino que além de serem tão competentes como as outras, oferecem uma visão de mundo, de ciência, de tecnologia e da história oriunda de pressupostos cristãos. Numa cultura permeada pela idéia de que o sagrado e profano, a religião e o mundo, são dois reinos distintos e frequentemente antagônicos, não há como uma visão integral surgir e prevalecer a não ser por uma profunda reforma de mentalidade entre os evangélicos.



5) Somente pecados sexuais são realmente graves – A distinção entre pecados mortais e veniais feita pelo romanismo católico vem permeando a ética brasileira há séculos. Segundo essa distinção, pecados considerados mortais privam a alma da graça salvadora e condenam ao inferno, enquanto que os veniais, como o nome já indica, são mais leves e merecem somente castigos temporais. A nossa cultura se encarregou de preencher as listas dos mortais e dos veniais. Dessa forma, enquanto se pode aceitar a “mentirinha”, o jeitinho, o tirar vantagem, a maledicência, etc., o adultério se tornou imperdoável. Lula foi reeleito cercado de acusações de corrupção. Mas, se tivesse ocorrido uma denúncia de escândalo sexual, tenho dúvidas de que teria sido reeleito, ou que teria sido reeleito por uma margem tão grande. Nas igrejas evangélicas – onde se sabe pela Bíblia que todo pecado é odioso e que quem guarda toda a lei de Deus e quebra um só mandamento é culpado de todos – é raro que alguém seja disciplinado, corrigido, admoestado, destituído ou despojado por pecados como mentira, preguiça, orgulho, vaidade, maledicência, entre outros. As disciplinas eclesiásticas acontecem via de regra por pecados de natureza sexual, como adultério, prostituição, fornicação, adição à pornografia, homossexualismo, etc., embora até mesmo esses estão sendo cada vez mais aceitáveis aos olhos evangélicos. Mais um resquício de catolicismo na alma dos evangélicos?


O que é mais surpreendente é que os evangélicos no Brasil estão entre os mais anti-católicos do mundo. Só para ilustrar (e sem entrar no mérito dessa polêmica) o Brasil é um dos poucos países onde convertidos do catolicismo são rebatizados nas igrejas evangélicas. O anti-catolicismo brasileiro, todavia, se concentrou apenas na questão das imagens e de Maria, e em questões éticas como não fumar, não beber e não dançar. Não foi e não é profundo o suficiente para fazer uma crítica mais completa de outros pontos que, por anos, vêm moldando a mentalidade do brasileiro, como mencionei acima. Além de uma conversão dos ídolos e de Maria a Cristo, os brasileiros evangélicos precisam de conversão na mentalidade, na maneira de ver o mundo. Temos de trazer cativo a Cristo todo pensamento e não somente os nossos pecados. Nossa cosmovisão precisa também de conversão (2Coríntios 10.4-5).


Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais católicas de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas, me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neo-catolicismo tardio que surge e cresce em nosso país onde até os evangélicos têm alma católica.

Emeurgência
Autor & Fonte: Augustos Nicodemos Lopes

Saturday, April 4, 2009

Igreja Fervorosa ou Espiritual?




Amanhã (05/04/2009), as Lições Bíblicas do 2º Trimestre (CPAD), trarão um assunto que há muito deveria-se ser abordado dentro das Assembleias de Deus.

Com um tema bastante oportuno, o comentarista Pr. Antônio Gilberto tenta de modo bastante correto abordar os exageros da Igreja de Corinto, mostrando que, apesar de serem repletos dos dons, eram carnais.

Cai como uma luva nos dias de hoje, pois, ao tempo que, estamos sendo inundado por um misticismo desmedido, por causa de homens e mulheres preguiçosos que não suportam mais buscar a vontade do Senhor através das Santas Escrituras, sedem ao imediatismo do século atual, preferindo mensagens instantâneas, sem que para isso tenham trabalho algum.

Também é verdade que homens jactanciosos, movidos por pura vaidade e o pecado de Lúcifer (O Orgulho), deixam-se adorar, persuadindo uma multidão de carentes e cansados com palavras de manipulação, prometendo o que não está nas páginas da bíblia, muito menos na intenção de Seu autor.

Resumindo, esta história acaba com um deficit naquilo que chamamos de Espiritualidade Cristã, e um superavit no que Paulo chama de Carnalidade, pois apesar de hoje em nossas igrejas não faltar nenhum dom (é o que se espera), isto não vem garantindo espiritualidade de seus apaixonados.



Será muito útil para todos: Alunos, Professores, Dirigentes, Obreiros e Ministros participarem com afinco das aulas semanais que teremos neste trimestre, pois pretenderemos à Luz da Bíblia estar aprendendo sobre o que é ser realmente espiritual.

Que após a ministração das páginas da revista da Escola dominical, os Crentes de hoje aprendam o que Paulo quis passar para os Crentes de Corinto, a fim de serem Verdadeiramente Espirituais, e não Carnais.

Pr. Antônio Gilberto
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Friday, April 3, 2009

Ministério pastoral: profissão ou vocação?


Preparo, chamado e opção profissional são elementos que se misturam e se chocam na formação dos pastores brasileiros.

Estima-se que cerca de 90 mil pessoas, no Brasil, exercem a função de pastor evangélico. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, um número quase cinco vezes maior do que o de padres, que, em 2006, chegavam a 18.685, de acordo com o Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais, ligado à Igreja Católica. E se é difícil dizer com precisão quantos pastores há no país – a quantidade pode ser bem maior, já que a informalidade é regra e novas congregações surgem da noite para o dia –, também não é tão simples definir exatamente como é o seu trabalho. O que para alguns é uma profissão como qualquer outra, com salários e metas a alcançar, para outros é o mais importante chamado divino, a que nada pode se comparar. Pelo país, pastores-animadores, pastores-empresários e pastores-CEOs dividem espaço com ministros à moda antiga, que investem o tempo em ensinar, ouvir e aconselhar o rebanho de Deus. Entre doutores e leigos, ricos e pobres, seu modo de atuar é tão variado quanto sua formação.

Não por acaso, cursos de teologia proliferam no Brasil com tanta velocidade quanto às novas igrejas. Desde 1999, o Ministério da Educação (MEC) passou a reconhecer os seminários de teologia como cursos de nível superior, com as exigências comuns a qualquer outro tipo de faculdade. Dados do Instituto Nacional de Educação Pública (Inep) mostram que, entre seminários católicos e evangélicos, há 82 instituições reconhecidas – o que não desmerece as demais. Vários dos melhores seminários evangélicos do país não foram atrás do reconhecimento do MEC e seguem com seus antigos currículos. Muitas delas são ligadas à Associação Evangélica de Ensino Teológico na América Latina (Aetal), com sede em São Paulo, que congrega 120 estabelecimentos brasileiros reconhecidos por sua excelência. Para ser filiado, o seminário tem que ter sua “declaração de fé” aceita e ainda precisa passar pelo crivo do Conselho Consultivo da Aetal. O objetivo, de acordo com o estatuto da associação, é “fortalecer a formação de líderes para a América Latina”.

“A procura por formação teológica tem sido imensa. O pentecostalismo clássico se abriu muito para o estudo teológico, até para ter uma identidade de maior seriedade”, explica Fernando Bortolleto, diretor-executivo da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (Aste) e professor do seminário da Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo. Com 47 anos de existência, a Aste tem 40 instituições filiadas, todas bem conceituadas. A busca por profissionalização e de melhor preparo favorece o crescimento do interesse por teologia, afirma Bortolleto. Ele deplora, porém, a idéia de que a vida dos pastores seja fácil e com muito dinheiro. “A imprensa não coloca nas manchetes o que é mais normal, e sim o que causa estranheza”, declara, observando, no entanto, que há jovens que pensam na função pastoral como alternativa diante de fracassos profissionais: “Há muito bacharel em teologia sem qualidades mínimas para ser pastor”, diz, sublinhando a grande diferença entre estudar, mesmo em um bom seminário, e ser ordenado para o ministério.

Para Bortolleto, formação acadêmica é fundamental para o bom desempenho de um pastor evangélico, ainda que possuir um diploma não significa que se esteja preparado para exercer a função. “Ver o trabalho ministerial como profissão tem um lado positivo: o pastor deve ter seus direitos resguardados, pois é um trabalhador que precisa sustentar sua família. Mas formalizar a profissão, como outra qualquer, seria complicado”, avalia. No Brasil, a Justiça do Trabalho também tem entendido desta maneira. São comuns casos de pastores que processam igrejas com intuito de receber indenizações de cunho trabalhista. Os juízes, entretanto, têm negado esses pedidos e as decisões já geraram jurisprudência: “É inadmissível, em Direito, conceituar como de emprego a relação entre o pastor e sua igreja” (Arnaldo Sussekind e Délio Maranhão, in Pareceres sobre Direito do Trabalho e Previdência Social, LTr, p. 43). “O vínculo que une o pastor à sua igreja é de natureza religiosa e vocacional, relacionado à resposta a uma chamada interior e não ao intuito de percepção de remuneração terrena”, diz, em 2003, relatório do ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho.

Caminho rápido – Se as melhores universidades investem no ensino a distância, pela internet, não poderia ser diferente com os cursos de teologia brasileiros. As ofertas são muitas, e para todos os gostos. “A paz do Senhor Jesus”, diz amavelmente a consultora de vendas Yakyma Matos, de 22 anos. Ela fala de Ituiutaba (MG), e atende os interessados em obter um diploma de bacharelado, mestrado ou doutorado em teologia pagando até R$ 2 mil por um curso à distância. “O diploma pode chegar em três meses, desde que esteja tudo pago”, informa. Basta o aluno enviar ao Seminário Brasileiro de Teologia respostas para as perguntas que vêm com as apostilas, preparadas por Omar Silva da Costa. Apresentado como pastor e reitor, ele ostenta um currículo quilométrico, publicado no site. A reportagem o procurou, mas foi encaminhada a Marcos Marques Muniz, também pastor e relações públicas da instituição, que foi mais longe: “Somos o primeiro seminário no Brasil e no mundo a ordenar pastores”, anuncia – e eles fazem isso também à distância. Pagando 1,2 mil reais por cinco apostilas e mandando de volta o questionário respondido, em três meses qualquer pessoa pode ter um “Diploma de Ordenação Pastoral”.

De acordo com Muniz, em 18 anos de existência, o Seminário Brasileiro de Teologia já conta 34 mil alunos no Brasil e no exterior. Com desenvoltura, o pastor também diz que o título de “Doutor” é bíblico – “a pessoa estuda a profundeza de Deus” – e também pode chegar após um único trimestre. “Qualquer um no Brasil que tiver gosto por igrejas evangélicas pode alugar um salão e duzentas cadeiras, pendurar na porta uma placa e ser pastor da própria congregação, como garante a Constituição”, justifica. Pois para maior espanto daqueles que defendem o preparo formal de obreiros cristãos, dois projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional podem facilitar ainda mais o acesso de qualquer um ao título de teólogo.

O pastor Cyro Mello, secretário-adjunto da Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil (CGADB), declara que a denominação estuda as medidas judiciais cabíveis contra o Seminário Brasileiro de Teologia. É que outro site do grupo, onde se vê a foto de Omar Silva da Costa, usa o nome “Convenção Geral das Igrejas da Assembléia de Deus do Brasil” – uma sutil diferença. Ele diz que as Assembléias de Deus não costumam fazer nenhum caso com grupos que usam o nome da denominação sem pertencer a uma das convenções, a não ser em situações mais sérias. “Pessoas incautas, humildes, acabam se confundindo”, aponta Cyro, explicando que os pastores das Assembléias de Deus estudam pelo menos quatro anos e depois são avaliados pela denominação, para só então serem ordenados.

Pilar da Reforma – “Há um seminário em cada esquina. Pode-se comprar diplomas”, protesta o pastor Roberto Schuler. Filho de suíço com brasileira, 48 anos de idade, ele tem mestrado, doutorado e atuou como pastor da Igreja Batista na Basiléia e da Igreja Reformada, em Zurique. Agora, Schuler foi convidado pela Convenção Batista Brasileira para assumir a reitoria do Seminário Batista do Norte do Brasil (SBNB), em Recife (PE), uma instituição centenária. Ele evita criticar o ministério de leigos. “Não tenho nada contra o sacerdócio universal de todos os crentes, que é pilar da Reforma Protestante”, declara. “Numa localidade onde não haja ninguém com preparo formal, não sou contra uma pessoa leiga dirigir o trabalho, com amor e sacrifício pessoal”. O problema começa, avalia ele, quando a motivação é outra. “Pessoas exploram comunidades inteiras, com cultos que giram em torno da arrecadação. O ministério pastoral tem caído em descrédito, com muitos escândalos, devido a essa falsa teologia da prosperidade, que não é nem digna de ser chamada de teologia”, lamenta. “Na Suíça, um dos países da Reforma, ser pastor é coisa de um prestígio social tremendo. Os ministros têm curso reconhecido na universidade, conhecem grego, hebraico, latim.”.

“Estudei sete anos e meio, fiz um dos seminários mais exigentes e sei que muita coisa ainda falta”, reconhece, por sua vez, Alceu Lourenço de Souza Jr., de 36 anos, que tirou a maior nota no exame nacional de avaliação que a Igreja Presbiteriana do Brasil faz entre todos os seminários da denominação. Casado e com três filhos, Alceu, que era garçom, se candidatou e esperou dois anos para ser indicado pela sua congregação para começar a estudar no Seminário Teológico Presbiteriano, em São Paulo. E rebate a idéia de que tornar-se pastor é mera opção profissional ou uma chance para ter tranqüilidade financeira. “Senti um peso de responsabilidade pela igreja. Em nossa denominação o pastor não é dono da igreja nem do cofre, e costuma ter a remuneração média dos membros”, explica. Quanto aos pastores leigos, Alceu é taxativo: “Se Deus já está usando quem não tem instrução, creio que esse irmão deva buscar o máximo de formação que puder. Por que repetir erros por falta de conhecimento?”, conclui.

“A Bíblia diz que Paulo fazia tendas e que Neemias construiu os muros da cidade de Jerusalém. Pois eu sou pedreiro e pastor”, diz José Antonio Fernandes Espinela, de 51 anos, pastor da Assembléia de Deus Ministério Glória, na favela da Lagartixa, em Costa Barros, subúrbio do Rio de Janeiro. Nascido e criado no Evangelho, Fernandes, como é conhecido, estudou até a 5ª série do ensino fundamental e parou aos 17 anos, para trabalhar. Fez um curso de teologia básica em uma Assembléia de Deus e depois ordenado por um pastor pentecostal. “Sou respeitado na comunidade, mesmo entre os traficantes”, conta Fernandes, acrescentando que seu ministério tem levado muitos bandidos a Cristo. A igreja funciona em sua própria casa e reúne 40 pessoas. Seu trabalho pastoral? Evangelizar, orar e visitar as pessoas que sofrem. “O povo é pobre e não pode ajudar muito, então também faço trabalho de pedreiro. Algumas pessoas sentem no coração e dão ofertas, que são bem-vindas. Não peço nada, mas vivo da fé”, resume o pregador, que é casado e tem dois filhos.

Em Ourinhos, cidade do interior paulista, o pastor presbiteriano Eduardo Emerich, no melhor estilo calvinista, afirma que seu ministério estava decidido “desde o ventre” de sua mãe. Para ele, o pastorado não se trata mesmo de profissão. “O chamado nasceu e cresceu comigo. Ministério é vocação. Eu me dispus a exercê-lo e nunca dependi financeiramente da igreja”, ressalta, explicando que há 39 anos divide o tempo entre a congregação, que nunca passou de 150 membros, e o magistério, de onde tira seu sustento. “São quatro horas diárias para a igreja e quatro para a escola. Formei várias gerações de bons cristãos e bons cidadãos”, sublinha Emerich. Ao contrário do que muita gente pensa, ele afirma que ser pastor não dá lucro. “É como jogador de futebol; uns três ou quatro fazem sucesso e o resto apenas vive de modo satisfatório”, compara.

“Vasos de barro” – Para David Kornfield, fundador do Ministério de Apoio a Pastores e Igrejas (Mapi), as maiores dificuldades do ministério pastoral hoje são seminaristas sem claro sentido de vocação, as famílias disfuncionais dos futuros líderes e a ausência de mentoria espiritual. Ou, como prefere dizer, a falta de “pastoreio de pastores”, o que, acredita, poderia resgatar o sentido da vocação bíblica. Americano radicado em São Paulo e com doutorado em educação, Kornfield dá valor aos pequenos grupos, que buscam praticar o discipulado cristão e dividem suas experiências – o que chama de “pastoreio mútuo”, ao estilo da Igreja primitiva. Ele acredita que a tendência, em geral, é as igrejas darem cobertura aos pastores leigos e gradativamente ajudá-los com mais conhecimento bíblico, maturidade e firmeza emocional e espiritual. “As denominações tradicionais estão se abrindo para esta realidade e têm que se abrir mais, se não quiserem ser deixadas para trás”, comenta.

“A vocação leva as pessoas a manter os olhos e a mente voltados para Deus e para a cruz de Jesus Cristo”, sintetiza o pastor Ricardo Barbosa de Sousa, 52 anos, 25 deles à frente da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília (DF). Ele dá aula de teologia pastoral no Seminário Presbiteriano de Brasília e ministra cursos no Seminário Teológico Servos de Cristo, de São Paulo. Barbosa lembra que o ministro tem a missão de viver como vaso de barro que leva o tesouro da Palavra de Deus, como descreveu o apóstolo Paulo: “Ele não tem poder nem sobre o serviço nem sobre o povo. Nenhum deles é seu”, continua. “O importante é o tesouro, a Palavra, mas muitos supervalorizam o barro, que só é valioso se permanece barro”.

Ele aponta para armadilhas no caminho dos pastores. “Duas palavras são muito usadas pelo diabo: a primeira é ‘leigo’, e 99% da igreja é qualificada nessa nomenclatura que a afasta de seu chamado. A outra palavra perversa é ‘profissional’, cujo foco é produtividade, renda, competência, ganho. Essa despersonalização leva o pastor a virar um executivo, um gerente religioso”, avalia. Para ele, a qualificação é pouco determinada em termos acadêmicos. “Há o aspecto afetivo: ‘Pedro, tu me amas?’, pergunta Jesus. E o que fez de Pedro alguém preparado para apascentar as ovelhas de Deus foi a intensidade de seu afeto para com o Senhor. O mais simples dos pastores, ao responder ‘tu sabes que te amo’, fará o melhor”, sentencia.
(Colaborou Treici Schwengber)

Projetos em andamento no Congresso Nacional

Se boa parte das denominações brasileiras têm incentivado seus pastores a buscar formação teológica, outro segmento evangélico parece trilhar caminho oposto. Dois projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional pretendem conferir o título de teólogo a quem simplesmente exerça algum cargo de liderança eclesiástica – aí incluídos os líderes de pequenas congregações independentes, missionários autônomos e até simples dirigentes de culto. Uma das propostas é do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. No entender do parlamentar, qualquer pessoa que exerça há mais de cinco anos a atividade de teólogo, mesmo sem qualquer formação, deve receber o título.

Já o projeto do ex-deputado peemedebista Victorio Galli, que é pastor da Assembléia de Deus no Mato Grosso, visa a considerar como teólogo desde quem administra comunidades religiosas até aqueles que simplesmente pratiquem a “vida contemplativa e meditativa” e realizem obras sociais de caráter cristão. Tais iniciativas, se transformadas em lei, permitiria que mais de um milhão de pessoas fossem consideradas teólogos, mesmo sem qualquer estudo na área. Hoje, na maioria dos seminários brasileiros, a colação de grau em teologia exige pelo menos quatro anos de estudo em nível universitário.

Informalidade é a regra

O ofício de pastor evangélico é reconhecido na Classificação Brasileira de Profissões, que o agrupa na categoria de “ministros de culto, missionários e teólogos”. Mas não é uma atividade regulamentada e não existem normas para exercê-la no país. Cada denominação ou grupo religioso usa as próprias regras, o que inclui a forma de remuneração – e a maioria dos pastores e igrejas prefere assim. Afinal, é bom manter uma distância segura entre Estado e religião. Uma associação denominada Conselho Federal de Teólogos, criada há pouco tempo, tem, no entanto, reivindicado a regulamentação da profissão.

Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), ministros religiosos contribuem, em sua maioria, como profissionais autônomos, mas o órgão não sabe informar o número de pastores segurados ou quanto é a contribuição média dessa categoria. A ausência de regulamentação é a razão do Ministério do Trabalho também não saber informar o número exato de profissionais do gênero.

Fonte: Biblioteca da Teologia
Valter Gonçalves Jr.

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