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Saturday, October 12, 2013

A obesidade do Atual Evangelho

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Há alguns meses, tenho observado algo estarrecedor: O evangelho está obeso! - ao menos essa foi a conclusão que cheguei ao tentar entender o que estava acontecendo com os ensinamentos que Jesus Cristo deixou-nos;

Ao longo de dois milênios, o Cristianismo sofreu diversas investidas, porém, nenhuma delas ameaçava sua boa forma, sua mobilidade, nem a sua atividade, porém, ao que parece, a falta da convencional forma de perseguição, fez com que o evangelho baixasse suas armas, e deixasse de enxergar perigos como o relativismo, secularismo, modernismo, mundanismo, pragmatismo entre outros ismos, cada vez mais presentes no âmago de seus salões, e direcionando sua liturgia cultual;

Essa camuflagem que tais ameaças passam a usar, tem mostrado eficácia quanto ao foco de inertilizar o atlético evangelho, que foi criado para ganhar o mundo, percorrer toda circunferência terrestre, levantar os caídos, romper barreiras, desafiar impossíveis no poder do Nome do Senhor! 

Hoje, deitado em berço esplêndido,  o evangelho vive com o sobrepeso do descuido pelas raízes: O Ide do Mestre já não faz mais sentido, sofrer pelo Nome do Senhor parece uma heresia, Servir as Riquezas assume a conotação de está servido ao Senhor, O tesouro do Crente já não está mais nos céus, há quem afirme que perder a vida por Cristo é fanatismo... Esse não é o evangelho desenhado pelo Mestre Nazareno.

Essa Obesidade tem feito o evangelho perder suas roupas reais, e tem acrescentado medidas que estão ali por negligência, preguiça, avareza (idolatria ao dinheiro), hedonismo, e ilusões das mais diversas dimensões desta geração. 

Temos que nos movimentar! esse é o único remédio - REEDUCAÇÃO! Não podemos esperar milagres se não podemos mais clamar por estarmos ocupados demais conosco, esquecendo que fazemos parte de uma Assembleia de Santos, chamados e remidos por um mesmo sangue: O SANGUE DE CRISTO!

O Evangelho tem que voltar a sua boa forma, longe dos pratos de lentilhas, longe das ofertas de Mamon, longe das fontes que só saciam momentaneamente, Cristo é o que precisamos: Pão e Água da Vida! Sem Ele, nada podemos fazer!

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Sunday, July 7, 2013

CARTA ABERTA AO PAPA

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(Remetente: Pastor JUANRIBE PAGLIARIN)


Meu prezado Papa Francisco:

Quero compartilhar com Sua Santidade uma grande preocupação. Como o Papa é um homem de bom senso, tenho certeza que, ao tomar conhecimento do que está ocorrendo, ponderará o que deve fazer.

A sua vinda ao Brasil, para a Semana da Jornada Mundial da Juventude, custará ao governo brasileiro 120 milhões de Reais. 

Eu entendo que o nosso governo é praticamente obrigado a desembolsar esta quantia, por causa do seu status de chefe de Estado. Mas, por ser um franciscano, talvez lhe cause algum constrangimento saber que, com esse dinheiro, o nosso governo poderia construir doze mil moradias para os pobres, numa cidade em que imperam os barracos e a miséria! E os benefícios seriam para a vida inteira destas famílias e não apenas por uma semana!

Como as Igrejas evangélicas no Brasil não recebem benesses oficiais desse vulto (no máximo, o governo municipal, estadual e federal colabora com palco e som para os nossos eventos), as lideranças evangélicas consideram isto um privilégio injusto e inaceitável. Por isso, estão se preparando para uma grande manifestação de repúdio na cidade do Rio de Janeiro, dois dias antes de seu evento. Esta manifestação pretende reunir mais de um milhão de vozes, e levará o nosso povo a um inédito choque entre católicos e evangélicos. (1)

Entende, agora, a minha inquietação? Por isso, permita-me sugerir isto:

Antes de vir, anuncie que o Banco do Vaticano reembolsará os 120 milhões ao governo brasileiro. Além de ser uma atitude justa, já que "católicos devem patrocinar católicos", repercutirá favoravelmente no mundo todo, ainda chocado com a prisão do Monsenhor Nunzio Scarano, acusado de desviar 20 milhões de euros do banco da sua Igreja (cerca de 58 milhões de reais). (2)

Mas, se o Papa decidir vir com o dinheiro de todos os brasileiros, inclusive dos não-católicos, faço-lhe um apelo. (Afinal, neste caso, eu também, ainda que evangélico, estarei arcando compulsoriamente com parte dos custos da sua visita, e tenho, ao menos, o direito de pedir):

PAPA: PREGUE COM A BÍBLIA CATÓLICA E ANUNCIE SOMENTE JESUS! 

No consistório de 2001, os cardeais de língua portuguesa entregaram ao Papa João Paulo II um relatório que dizia: ‘‘Somente uma pregação que exalte Jesus Cristo com clareza, proclamando que Ele é o único e exclusivo Redentor, será capaz de conseguir a adesão de maior número de pessoas, especialmente na América Latina, continente que reúne metade dos católicos do mundo, mas enfrenta forte concorrência dos evangélicos.’’. (3)

Como Pastor, eu achei uma excelente sugestão! Pena que aquele Papa não a adotou. Mas quem sabe se Sua Santidade agora, não tendo ninguém acima de sua autoridade - a não ser Deus - tenha a coragem de implantar e corrigir isto na Igreja em todo o mundo! Tenho certeza de que o Nome de JESUS será glorificado!

Papa, venha, corrija isso, e pregue a verdadeira Palavra de Deus, contida na Santa Bíblia Católica! Permita-me sugerir como tema de seus Sermões as seguintes passagens: Êxodo 20:4-6, Levítico 26:1, Salmos 113 (na minha Bíblia, edição revista e corrigida, é Salmo 115), Isaías 44:6-20, Atos 4:12, I João 5:21, I Timóteo 2:5-6, Apocalipse 21:8 e 22:15.

Por favor, perdoe-me se me atrevi a tanto. É o amor pelas almas e pelo meu SENHOR que me moveu a escrever esta carta. 
Fique com Deus!

Atenciosa e respeitosamente,

Pastor JUANRIBE PAGLIARIN

Fonte:Facebook

Wednesday, June 19, 2013

Protestantes com V de vergonha

Por Hermes C. Fernandes

Que vergonha! Fomos adestrados pelo sistema. Vendidos ao capital. Transformados em lubrificante das engrenagens políticas. Somos qualquer coisa, menos protestantes. Nem sei se somos realmente cristãos. 


Em vez de subversivos, tornamo-nos subservientes. Afinal, dizem os porta-vozes da "ordem", temos que nos submeter às autoridades. 


Se dependesse desses "protestantes", os discípulos de Jesus jamais seriam conhecidos como "aqueles que subvertem o mundo"; Jesus nunca teria "vandalizado" o templo em Jerusalém, derrubando mesas, soltando os bichos engaiolados, e tudo isso, munido de chicote; Lutero jamais teria "vandalizado" o castelo de Wittemberg com suas 95 teses, insurgindo-se contra a autoridade papal; William Wilberforce nunca teria desafiado o regime escravagista inglês, provocando um efeito dominó que culminaria na libertação dos escravos nos Estados Unidos, no Brasil e no resto do mundo; Dietrich Bonhoeffer não teria desafiado o nazismo (ou Hitler não era uma autoridade?).


A ausência da igreja cristã nos protestos, o silêncio de sua liderança, ou mesmo, as duras críticas que alguns têm feito ao movimento, causam-me profunda tristeza. 


A gente só se reúne quando está em jogo algo de nosso interesse. Por isso a sociedade não nos leva mais a sério. Somos anacrônicos. Indiferentes ao que Deus está fazendo para além dos nossos muros. Não tenho dúvida que por trás de tudo isso está o Espírito de Deus. 


Recordo-me da ocasião em que Paulo sofreu um naufrágio juntamente com toda tripulação que embarcara para Roma. Todos sobreviveram e acabaram numa ilha chamada Malta. Estava muito frio. Os nativos socorreram os sobreviventes e acenderam uma fogueira para aquece-los. Paulo, então, toma a iniciativa de sair a procura de lenha para alimentar a fogueira. Afinal, aquela chama aquecia igualmente a todos. Não era hora de um discurso moralista, nem mesmo de um sermão evangelístico. O mais importante naquele instante era o bem comum. Todos precisavam ser protegidos do frio. Enquanto se aqueciam, uma víbora saltou do fogo e apegou-se à mão de Paulo. Surpreso, o apóstolo sacudiu-a e devolveu-a ao fogo. Os que assistiram à cena, ficaram atônitos, esperando que Paulo sucumbisse por causa do veneno da víbora. O tempo passou e Paulo sobreviveu. No outro dia, ele teve a oportunidade de anunciar o evangelho a todos os moradores da ilha, conduzindo-os a Cristo.


Muitos líderes cristãos acham que só devem participar de movimentos que sejam encabeçados pela própria igreja. Ora, se Paulo pensasse assim, não teria saído em busca de lenha para alimentar aquela chama. Afinal, não foi ele quem a acendeu. Outros se preocupam de envolver suas igrejas em protestos como estes por conta dos riscos, principalmente depois que ação truculenta da polícia. Porém, se não formos capazes de nos expor por amor aos demais, com que credibilidade lhes anunciaremos o evangelho depois? 


O mundo precisa saber que nos importamos, não apenas com questões morais ou com o destino de suas almas, mas também com o que diz respeito ao bem comum. 


Que Deus levante em nossos dias uma igreja legitimamente protestante, que se disponha a buscar lenha para alimentar a chama da justiça. Quem sabe se assim não conseguiremos resgatar nossa credibilidade e Relevância?

Vamos às ruas!

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Os fundadores do Movimento Cristão enfrentaram um protesto popular.

Eles tinham autoridade reconhecida, e o povo cristão tinha tudo em comum.

O povo entregava tudo aos fundadores, e eles administravam de forma a que todos fossem agraciados, segundo a necessidade de cada um.

Mas, com o crescimento do movimento, eles não conseguiam mais administrar com a eficácia necessária.

Houve um protesto popular.

Os fundadores pararam para ouvir aos manifestantes, e reconheceram a legitimidade do movimento.

Os fundadores, então, entregaram a administração dos fundos ao controle popular.

Livremente, os manifestantes elegeram aos seus representantes, e estes passaram a administrar o bem comum. E a justiça desejada foi alcançada.

O povo brasileiro está nas ruas.

O povo não quer ficar à deriva do poder, quer direcionar o poder.

O governo, como o fez a Presidenta, tem de admitir: o bem comum está sendo mal administrado.

O Estado tem de se abrir para o controle social.

Como? Isso tem de ser buscado. Uma forma deve haver.

O povo está certo: quem tem de estabelecer as prioridades é a população.

E mais, quem tem de ter controle sobre os gastos é a população, tudo tem de passar por controle social.

Se a Presidenta souber ler este mover popular, saberá que, agora, é a hora de fazer todas as reformas que todos sabemos que precisam ser feitas: política, tributária, jurídica, partidária, eleitoral.

O movimento não é contra alguém, o movimento é a favor do Brasil.

Não pode mais haver espaço para a corrupção, para a exploração, para que o bem seja de poucos, em detrimento da maioria. 

É o caso das tarifas do transporte público, que encarece sem ganhar nada de eficácia.

A FIFA diz que se continuar assim, não haverá COPA. 

Alguém tem de dizer, a esta organização, que não há governo mundial, que há Povo, há Leis e há Estado, e que isso não pode ser subvertido em nome de nada, muito menos em nome de eventos esporádicos, por mais internacionais que o sejam.

O povo está certo! Vamos todos às ruas! Democratas são os que reconhecem que todo o poder emana do povo e só para o bem do povo pode ser exercido.

Fonte: Ariovaldo Ramos 

Erótico Versus Espiritual

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O período em que vivemos bem pode passar à história como a Era Erótica. O amor sexual foi elevado à posição de culto. Eros tem mais cultuadores entre os homens civilizados de hoje do que qualquer outro deus. Para milhões o erótico suplantou completamente o espiritual.

Não é difícil verificar como o mundo chegou a este estado. Entre os favores que contribuíram para isso estão o fonógrafo e o rádio, que podem difundir canções de amor de costa a costa sem problema de dias ou de ocasiões; o cinema e a televisão, que possi­bilitam a toda a população focalizar mulheres sensuais e jovens amorosos ferrados em apaixonado abraço (e isto nas salas de estar de lares "cristãos" e diante dos olhos de crianças inocentes!); jornada de trabalho mais curta e uma multiplicidade de artefatos mecânicos com o resultante aumento do lazer para toda gente. Acrescentem-se a isso tudo as dezenas de campanhas publicitárias astutamente idea­lizadas, que fazem do sexo a isca não muito secretamente escondida para atrair compradores de quase todos os produtos imagináveis; os corruptos colunistas que consagraram a vida à tarefa de publicar fofas e sorrateiras nulidades com rostos de anjos e com moral de gatas da rua; romancistas sem consciência, que conquistam fama duvidosa e se enriquecem graças ao trabalho inglório de dragar podridões lite­rárias das imundas fossas das suas almas para dar entretenimento às massas. Estas coisas nos dizem algo sobre a maneira pela qual Eros conseguiu seu triunfo sobre o mundo civilizado.

Pois bem, se esse deus nos deixasse a nós, cristãos, em paz, eu por mim deixaria em paz o seu culto. Toda a sua esponjosa e fétida sujeira afundará um dia sob o seu próprio peso e será excelente combustível para as chamas do inferno, justa recompensa recebida, e que nos enche de compaixão por aqueles que são arras­tados em sua ruinosa voragem. Lágrimas e silêncio talvez fossem melhores do que palavras, se as coisas fossem ligeiramente diversas do que são. Mas o culto de Eros está afetando gravemente a igreja. A religião pura de Cristo que flui como rio cristalino do coração de Deus está sendo poluída pelas águas impuras que escorrem de trás dos altares da abominação que aparecem sobre todo monte alto e sob toda árvore verde, de Nova Iorque a Los Angeles.

Sente-se a influência do espírito erótico em toda parte quase, nos arraiais evangélicos. Grande parte dos cânticos de certos tipos de reuniões têm em si maior porção de romance do que do Espírito Santo.. Tanto as palavras como a música se destinam a provocar o libidinoso. Cristo é cortejado com uma familiaridade que revela total ignorância de quem Ele é. Não é a reverente intimidade do santo em adoração, mas a impudente familiaridade do amante carnal.

A ficção religiosa também faz uso do sexo para dar interesse à leitura pública, a fina desculpa sendo que, se o romance e a religião forem entretecidos compondo uma história, a pessoa comum que não leria um livro puramente religioso lerá a história, e assim se defrontará com o Evangelho. Deixando de lado o fato de que, na maioria, os romancistas religiosos modernos são amadores de talento caseiro, sendo raros os capazes de escrever uma única linha de boa literatura, todo o conceito subjacente ao romance religioso é errôneo. Os impulsos libidinosos e os suaves e profundos movimentos do Espírito são dia­metralmente opostos uns aos outros. A noção de que Eros pode ser induzido a servir de assistente do Senhor da glória é ultrajante. A película "cristã" que procura atrair espectadores retratando cenas de amor carnal em sua propaganda é completamente infiel à religião de Cristo. Só quem for espiritualmente cego se deixará levar por isso.

A moda atual de usar beleza física e personalidades brilhantes na promoção religiosa é outra manifestação da influência do espírito romântico na igreja. O balanceio rítmico, o sorriso plástico, e a voz muito, mas muito alegre mesmo, denunciam a frivolidade religiosa mundana. O executante aprendeu a sua técnica da tela da TV, mas não a apreendeu suficientemente bem para ter sucesso no campo profissional. Daí, ele traz a sua produção inepta para o lugar santo e a mascateia, oferecendo-a aos cristãos doentios e inferiores que andam à procura de alguma coisa que os divirta enquanto ficarem dentro dos limites dos costumes sócio-religiosos vigentes.

Se meu linguajar parece severo, é bom lembrar que não o dirijo a nenhuma pessoa individualmente. Para com o mundo perdido dos homens, só tenho uma grande compaixão e o desejo de que todos venham a arrepender-se. Pelos cristãos cuja liderança vigorosa mas equivocada tem procurado atrair a igreja moderna do altar de |eová para os altares do erro, sinto genuíno amor e simpatia. Quero ser o último a ofendê-los e o primeiro a perdoá-los, lembrando-me dos meus pecados passados e da minha necessidade de misericórdia, bem como da minha fraqueza pessoal e da minha tendência natural para o pecado e o erro. A jumenta de Balaão foi usada por Deus para repreender um profeta. Daí parece que Deus não exige perfeição no instrumento que Ele emprega para advertir e exortar o Seu povo.



Quando as ovelhas de Deus estão em perigo, o pastor não deve contemplar as estrelas e meditar sobre temas "inspiradores". É obri­gado a agarrar sua arma e a correr em defesa delas. Quando as circunstâncias o exigirem, o amor poderá usar a espada, embora por sua natureza deva, em vez disso, ligar o coração quebrantado e atender os feridos. É tempo de o profeta e o vidente se fazerem ouvir e sentir outra vez. Nas últimas três décadas a timidez disfarçada de humildade tem ficado encolhida no seu canto enquanto a qualidade do cristianismo evangélico vem piorando ano após ano. Até quando. Senhor, até quando?

O MELHOR DE A.W.TOZER - ED. MUNDO CRISTÃO
ARQUIVO PESSOAL

Thursday, June 13, 2013

Pessoas muito ignorantes

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Eu ouvi falar sobre um homem que não distingui "A" maiúscula de outra qualquer e conheço muitos que, com certeza, não sabem o significado da letra "A", mas nem por isso são as pessoas mais ignorantes do mundo. Por exemplo, elas sabem distinguir a cabeça da vaca da cauda, e diz-se que o candidato de Londres não sabia distinguir uma coisa da outra. Eles sabem que nabos não crescem em árvores, mas podem confundir um rabanete gigante com a raiz de uma beterraba e não distinguir um coelho de uma lebre; há pessoas que são brilhantes para tocar piano e que dificilmente sabem mais do que isso. Se eles não sabem ler podem arar, ceifar, colher, semear e criar sete crianças com dez moedas por semana e ainda ganham o suficiente para viver; e há um tipo de pessoa que é muito ignorante para fazer isso. A ignorância para soletrar livros não é uma coisa boa, mas ignorar o trabalho difícil é pior ainda. A sabedoria nem sempre fala latim. O povo ri dos aventais e, sem dúvida, são peças de roupa tão feias que deveriam ser bem planejadas, mas alguns dos que as usam não são tão tolos como as pessoas pensam que são. Se nenhum ignorante comesse pão, mas apenas os que usam sapatos com tachas, o milho seria mais barato. A sabedoria em um homem pobre é como avaliar um diamante, apenas bons juízes descobrem seu valor. A sabedoria quase sempre se camufla com retalhos de roupas, e, por isso, as pessoas deixam de admirá-la. Mas eu digo, não dê importância à roupa, olhe o ser humano, as conchas não são nada, a pérola está no interior. Você não precisa ir para Pirbright a fim de encontrar ignorantes; há montes deles perto de catedral de São Paulo. Eu gostaria que todos fossem capazes de ler, escrever e calcular (sem dúvida, não acho que um homem pode saber demais); mas, o conhecimento dessas coisas não é educação. Há milhões de pessoas que lêem e escrevem e que são tão ignorantes quanto o bezerro do vizinho Norton, que não reconhecia a própria mãe. Isso é tão evidente como o nariz em sua face, e só você pensar um pouco. Saber como ler e escrever é como ter ferramentas, mas se não usar essas ferramentas, e os olhos e também os ouvidos, você não está em situação muito melhor. Todo mundo deve saber que o que encontra em si mesmo é mais importante e o torna mais útil. Se o gato caça ratos e descobre os ovos postos pela galinha sabe as coisas que mais servem para aquilo que foram feitos. Já saber como voar tem pouca utilidade para um cavalo; ele fará melhor se conseguir trotar. O homem que vive em uma fazenda deve aprender tudo a respeito de fazenda, um ferreiro deve estudar a pata do cavalo, uma jovem que trabalha em uma fazenda de gado leiteiro deve estar bem informada sobre como ordenhar e fazer com que espume e em como fazer manteiga, e a esposa de um trabalhador deve ser uma boa estudante das ciências de ferver e de assar, lavar e remendar. João Lavrador se aventura a dizer que esses homens e mulheres que não aprendem a respeito das dúvidas de seus negócios são pessoas muito ignorantes, mesmo que saibam dizer a palavra grega para crocodilo ou escrever um poema em um besouro negro. Com freqüência, este versinho é muito verdadeiro:

O Joãozinho foi à escola- para aprender a ser tolo.

Quando um homem cai no rio, saber nadar é mais útil que toda a matemática, no entanto são poucos os jovens que aprendem a nadar! As garotas aprendem a dançar e francês, quando aprender a costurar e inglês seria muito mais útil para elas. 
Nesses tempos difíceis, quando os homens têm de ganhar a vida, um bom negócio e hábitos comerciais serão mais úteis que toda a teoria clássica de Cambridge e Oxford; mas hoje quem advoga o treinamento prático em nossas escolas? Os professores teriam um colapso se fossem convidados a ensinar meninos pobres a cavar batatas com a enxada e a plantar couves-flores, no entanto a direção das escolas estaria fazendo algo bom se fizesse esse tipo de coisa. Se quiser que um cachorro seja um caçador, você o treina para isso – por que não fazer o mesmo com os homens? O lema deveria ser: "Cada homem para o seu negócio, e todos mestres em seus negócios". De qualquer maneira, façam com que o Joãozinho e o Toninho aprendam geografia, mas não esqueçam de ensiná-los como engraxar suas botas e pregar botão em suas calças; em relação à Jane e à Sally deixem que cantem e toquem a música que gostarem, mas não antes de saberem remendar uma meia e fazer uma camisa. Quando fizerem uma emenda ao Ato de Educação espero que acrescentem uma cláusula para ensinar às crianças o senso prático comum, os deveres de casa, bem como os três "R". Contudo, qual a utilidade de falar sobre isso, se as crianças devem aprender o senso comum, onde conseguiremos os professores? Pouquíssimas pessoas têm senso prático comum para distribuir, e as que têm provavelmente não o guardam para a escola. Muitas meninas não aprendem nada a não ser coisas inúteis que chamam de talentos. Temos o pobre Gent que tem seis meninas e cerca de R$ 240,00 por ano para manter a família, e não obstante, nenhuma delas pode fazer nada, porque a mãe teria um ataque com receio que a srta. Sophia Elfrida rache as mãos lavando a roupa branca da família, ou que Alexandria Theodora danifique sua aparência colhendo algumas groselhas para o pudim. Ouvir as insignificâncias ditas sobre moda e etiqueta é suficiente para fazer um gato rir, principalmente quando elas não estão nem um pouco bem de vida como as filhas regateiras, que moram na avenida, que ganham dinheiro e economizam para a hora que algum jovem fazendeiro as escolha. Confiem em mim, quem casar com uma dessas jovens irrequietas fará um negócio tão ruim quanto se casassem com uma boneca de cera. Como haveria abundância; que provação para a Sra. Gent ouvir-me dizer isso, mas eu direi, por tudo isso — ela e suas meninas são ignorantes, muito ignorantes, porque não sabem o que é mais útil para elas.


Atualmente, qualquer peixe pequeno se diz tubarão, todo asno pensa que está pronto para ser um dos cavalos da rainha; toda vela se considera o sol. Mas quando um homem, com seu melhor paletó, colarinho engomado, óculos nos olhos, corrente de latão no colete, bengala na mão e o vazio na cabeça fantasia que as pessoas não vêem além de sua afetação e fanfarronice, ele deve ser ignorante, muito ignorante, pois não se conhece. Almofadinhas vestidos na última moda pensam que são alguém, mas ninguém mais pensa isso. Mestres da dança e alfaiates fazem rapidamente um janota, mas não podem fazer nada no íntimo de um homem, você pode colorir uma pedra de moinho, mas não pode transformá-la em queijo. 


Em toda nossa região, temos uma grande quantidade de poetas ou, pelo menos, um grupo de pessoas muito ignorantes que pensa ser poeta; e essas pessoas me incomodam muito porque eu escrevi um livro e, portanto, tenho obrigação de ouvir suas histórias confusas. Absurdos são absurdos, quer rimem, quer não, e são tão ruins quanto as moedinhas que não servem para nada, não importa se tinem ou não. Um homem disse-me: "Olhe, João, eu quero ler alguns de meus versos para você". "Não, obrigado', disse eu, "Eu não estou com humor para poesia hoje." Preste atenção, eu não me sentirei nem um pouco melhor amanhã. Que direito tem esse camarada de atirar seus escritos de má qualidade na minha porta? Já tenho bastante porcaria minha mesma. Não pretendo ficar com meus ouvidos cheios de cera de sapateiro ou versos remendados. Outro dia, durante a manhã, eu recebi uma dose dupla de dois dos grandes poetas da aldeia e devo confessar que foi muito melhor que a maior parte das rimas que encontrei em livros. Chubbins disse:

É pecado Roubar um alfinete.

E Padley finalizou:

Pecado ainda maior É roubar um maltrapilho.

Agora, eis uma rima e um raciocínio para vocês, conforme disse o coveiro quando escreveu três linhas para a lápide de um homem pobre:

Aqui repouso,morto por um foguete em meu olho.

Os homens de negócio que aplicam seu ganho em empresas esperando vê-lo de novo ou que emprestam dinheiro a juros ultrajantes e pensam fazer fortuna com ele devem ser ignorantes, muito ignorantes. Eles poderiam, da mesma forma, colocar uma chaleira no fogo para ferver a água para o chá ou semear feijões no rio e esperar uma ótima colheita. 


Quando os homens acreditam em advogados e em emprestadores de dinheiro tomam dinheiro emprestado para especular e acham que têm muita sorte, eles são vergonhosamente ignorantes. O próprio ganso não faria uma coisa dessas consigo mesmo, pois ele sabe quando alguém tenta depená-lo e não perderá suas penas para vangloriar-se da operação.


O homem que gasta seu dinheiro com o garçom do bar e pensa que o cumprimento do dono: "Como vai você, meu bom companheiro", significa respeito, verá que é muito natural que seja seguido das seguintes palavras:

Se você tiver dinheiro, sente-se; Se você não tiver nada, pode ir embora. 



A raposa aprecia o queijo; mas se ele não estivesse ali, ela não se importaria de forma alguma com ele. A isca não é posta na ratoeira para alimentar o rato, mas para caçá-lo. Não acendemos o fogo para o conforto dos arenques, mas para assá-los. Os homens não mantêm tavernas para o bem dos trabalhadores locais; se eles o fizessem perderiam de vista seu objetivo. Por que, então, as pessoas devem beber "para o bem da casa"? Se eu gastar dinheiro para o bem da casa, que seja da minha, e não a do estalajadeiro. Esse é um poço ruim no qual você deve pôr água; e a sede de cerveja é um péssimo amigo, porque leva tudo o que você tem e não deixa nada, apenas dor de cabeça. Quem chama de "amigo" os que o deixam sentar e beber durante horas, é ignorante, muito ignorante. Pois leões vermelhos, tigres, águias e abutres são criaturas predadoras, e apenas os tolos põem a si mesmos em suas poderosas mandíbulas e garras. 


Quem acredita que tanto os liberais como os conservadores baixarão os impostos provavelmente nasceu no dia seguinte ao último dia de março; e quem imagina que o conselho do condado e os distritos locais não terão corrupção um dia deve ter sido educado em uma instituição para idiotas. Quem acredita em promessas feitas em campanhas eleitorais tem orelhas grandes e pode comer cardos. O sr. Aceitável pediu votos a todos os trabalhadores e prometeu fazer todos os tipos de coisas louváveis por eles. Você acha que ele fará? Sim, depois de amanhã, no dia que não chega nunca. Os pobres homens que esperam que os "amigos dos trabalhadores" façam alguma coisa por eles devem ser ignorantes, muito ignorantes. Quando conseguirem seus assentos no Parlamento, sem dúvida, não se levantarão por seus princípios, exceto quando for de seu interesse. 


Emprestar guarda-chuvas e esperar que sejam devolvidos, fazer bem a alguém e esperar retorno quando precisar é o mesmo que sonhar; fazer a língua de certas mulheres parar, tentar agradar a todos, esperar ouvir mexericos bons a seu respeito ou esperar ouvir a verdade em uma história corriqueira são evidências de grande ignorância. Quem conhece mais o mundo confia menos nele. Quem confia totalmente nele não é sábio, pois pode, da mesma forma, confiar no casco de um cavalo ou nos dentes de um cão. A confiança nos outros arruína muitas pessoas. Quem deixa seu negócio nas mãos do gerente e dos empregados e acredita que tudo ficará bem deve ser ignorante, muito ignorante. O rato sabe quando o gato sai, e os empregados sabem quando o dono está longe. Nove em cada dez casos, logo que o olho do dono se afasta, a mão do empregado se solta. Dois bons empregados em uma fazenda são o "eu mesmo vou," e o "eu olho por isso". Quem deita na cama e acha que o negócio anda sozinho é ignorante, muito ignorante. 


Quem bebe e vive de forma descomedida e se pergunta porque seu rosto está tão manchado e seu bolso tão vazio saberia o porquê se tivesse dois grãos de sabedoria. Quem vai ao bar em busca de alegria sobe em uma árvore em que encontra lixo. Seu juízo cabe em uma casca de ovo ou não seria tão crédulo em buscar auxílio onde é tão fácil encontrá-lo quanto uma vaca em um ninho de gralhas. Contudo, os infelizes que não são bons para nada são tão comuns como ratos em um monte de feno. Eu apenas gostaria de despachá-los para a terra dos preguiçosos, em que recebem cinqüenta centavos por dia para dormir. Se alguém conseguisse fazer com que esses camaradas vissem o resultado óbvio do viver de forma nociva, talvez eles mudassem. Não obstante, sei que vêem isso e, mesmo assim, continuam os mesmos, como a mariposa que queima as asas na chama, mas se lança em direção à vela de novo. Com certeza, perder tempo com bebida e esperar prosperar, mantendo as mãos nos bolsos ou o nariz em copos de estanho prova que são ignorantes, muito ignorantes.


Quando vejo uma jovem senhora com um jardim florido em casa e um vestido de modista no corpo, sacudindo a cabeça como quem tem a certeza de que todo mundo está encantado com ela concluo que deve ser ignorante, muito ignorante. Homens sensíveis não se casam com o guarda-roupas ou com o chapéu; eles querem uma mulher com sentimento, estas sempre se vestem com sensatez, não de modo exagerado. 


Na minha opinião, os que zombam da religião e se põem acima dela porque sabem demais para acreditar na Bíblia são indivíduos superficiais. Em geral, usam palavras pomposas e vociferam muito, mas se eles fantasiam que podem reverter a fé das pessoas que testaram e provaram o poder e a graça de Deus devem ser ignorantes, muito ignorantes. Quem vê o sol nascer e presta atenção ao pôr do sol e não vê as pegadas de Deus, em seu interior é mais cego do que uma toupeira e serve apenas para morar embaixo da terra. Deus parece falar comigo em cada prímula e margarida, parece sorrir para mim acima de cada estrela, sussurrar para mim em cada sopro da brisa matinal e me chamar alto em cada tempestade. É estranho que tantos cavalheiros educados não vejam Deus em lugar algum, enquanto João, o lavrador, sente-o em todo lugar. João não tem desejo de mudar os lugares, pois o sentimento da presença de Deus é seu conforto e alegria. Eles dizem que o homem é o deus do cão. Esses homens são piores que cachorros, pois não ouvem a voz de Deus, mas o cachorro obedece ao assobio de seu dono. Eles se denominam "filósofos", não é? O nome apropriado para eles é "tolos", pois o tolo disse em seu coração: "Não existe Deus." As ovelhas sabem quando a chuva está chegando, as andorinhas prevêem o inverno e, há quem diga, até mesmo os porcos conseguem ver o vento; até que ponto aquele que vive onde Deus está presente em todos os lugares e não o vê é pior que o animal irracional!? Assim, fica muito claro que um homem pode aprender muito e ainda ser ignorante, muito ignorante.


C.H. SPURGEON, SABEDORIA BÍBLICA
Arquivo Pessoal

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