Imagem - Simbolo do Movimento Pentecostal |
Por isso, já que vocês estão com tanta vontade de ter os dons do Espírito, procurem acima de tudo ter os dons que fazem com que a igreja cresça espiritualmente.
(I Co 14: 12)
Sou Pentecostal, pelo menos é o que posso afirmar desde o dia 11 de abril de 1993, quando me converti na Assembléia de Deus em Jardim Paulista, bairro que moro desde minha tenra infância, e sei o que significa assumir uma posição dessa diante de uma sociedade como a nossa, e o pior de tudo, o problema não estar em afirmar isso diante da sociedade, mas diante da comunidade Evangélica Assembléia de Deus, e também passa a ser um problema maior quando dita frente a várias tribos evangélicas que lidamos hoje;
Apesar de ser Pentecostal, orgulho-me em afirmar que, meu primeiro contato com o evangelho não fora nas linhas de frente da Assembléia de Deus, mas de uma Igreja Reformada, a Igreja Presbiteriana de Jardim Paulista (na época ainda Congregação), lugar onde passei dois terços de minha infância, frequentando e sendo visitado nos grupos familiares, ensinado na doutrina de Cristo de forma centrada e conhecida que é de uma Igreja Tradicional/histórica.
Apesar de ter sido "iniciado" no evangelho dentro de um ambiente reformado, confesso que minha educação familiar pouco abordava as doutrinas calvinistas, o máximo que eu ouvira falar era sobre "os filhos da promessa" e os "filhos da Perdição", porém isto não traduzia nada pra mim, pois meus pais, cristãos bastante simples, não inculcava minha mente com assuntos teológicos, mesmo que para isso pudessem contar com o apoio pedagógico da igreja;
Educação cristã à parte, algo que lembro muito bem sobre o modo que meus pais, mesmo já afastados dos caminhos do Senhor, me apresentaram o evangelho; Quando completei doze anos, minha mãe me chamou à parte, me explicou sobre Cristo e o Mundo, e perguntou a quem eu queria servir, respondi que não queria servir a Cristo. Três anos mais tarde, quando um grupo de Louvor Presbiteriano fora convidado para cantar na Escola onde cursei o Ginásio, senti o convite do Espírito Santo, e depois de alguns meses, não resisti a Graça do Senhor sobre minha vida e entreguei-me ao Senhor Jesus de corpo e alma;
Logo quando cheguei na Assembléia de Deus, tudo era novidade: As pessoas, o templo, a liturgia do culto, e acima de tudo a forma como aqueles crentes se comportavam, porém, como nunca me incomodei com o jeito de ninguém, comecei minha caminhada na casa do Senhor, e no segundo dia de Vida com Cristo, estava numa oração e percebi que alguém falava palavras incompreensíveis; Como eu já estava de joelhos, comecei a procurar essa pessoa com os olhos, por baixo do banco, porém percebi que não era apenas uma pessoa, mas várias.
Eu Literalmente não sabia do que se tratava, minha mãe, que nesta altura já havia abandonado o convívio com a Igreja Presbiteriana há algumas décadas, nunca havia me falado sobre dons espirituais, eu nem sabia o que era isso, pois na congregação que participava na minha infância, o máximo que eu ouvia de euforia era na ora do louvor, e depois seguia-se uma liturgia de monólogo, que muito me ajudou a chegar onde cheguei hoje.
Incomodado com aquilo, não exitei a perguntar ao meu vizinho de banco o que era aquilo, minha pergunta na realidade foi a seguinte: - "Porque essas pessoas estão imitando índios?" - não sabia o que era, sempre fui curioso, e quem sofre desta ansiedade, sabe o quanto pode ser angustiante ficar sem resposta; Graças a Deus, a pessoa a quem me dirigi me mostrou as profecias de Joel, o acontecido na Igreja Primitiva, as Promessas do Evangelho e por fim os Ensinamento de Paulo sobre os Dons Espirituais. Pronto! estava selado meu primeiro contato com o mundo pentecostal.
Meus primeiros dois meses foi de busca. Passei incessantemente frequentar reuniões de oração, e todos os demais cultos que poderiam me responder as indagações: Doutrina, Escola Dominical, Discipulado, além do que, passei a manter contato através de cartas com o pessoal da Obras Missionária Chamada da Meia Noite, do Falecido Wim Malgo, onde fazia perguntas mais específicas e recebia como respostas além de cursos bíblicos, fotocópias de material teológico e cartas pessoais dos redatores, que vez outra me aconselhavam a fazer seminário para maior esclarecimento de minhas perguntas. Após dois meses pedindo a Deus, falei Línguas Estranhas, e assim passei a experimentar os dons espirituais na escala que o Espírito Santo se agradava em me conceder.
O seminário esperou até 2007, porém continuei prosseguindo em minha caminhada, aprendendo na prática o que posteriormente aprenderia na teoria, de forma mais esclarecida e harmoniosa com tudo aquilo que já tinha vivido no seio da Assembléia de Deus. Literalmente eu era um rato de Igreja, por diversas vezes minha mãe foi me buscar no Templo de madrugada, pois permanecia depois do culto, conversando com amigos, debatendo experiências e assuntos polêmicos, além de dá aquela forcinha para as irmãs que arrumavam a igreja para o dia seguinte, festividades, e cultos especiais. (Continua)
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