a) Necessidade Atual
É alarmante o fato de que cerca de 800 milhões de pessoas, ou seja, um quinto da raça humana, são desamparadas e não têm as condições básicas para sobreviver, e que milhares delas morrem de fome todos os dias. Milhões de outras pessoas não têm onde morar, não têm roupas, nem água limpa ou cuidados médicos; não têm oportunidades nas áreas de educação e emprego e estão condenadas a levar uma existência miserável, sem qualquer possibilidade de promoção pessoal para si mesmas ou para suas famílias. Essas pessoas podem ser descritas como “oprimidas” pela desigualdade econômica brutal de que são vítimas e pelos diversos sistemas econômicos que provocam e perpetuam essa situação.
Outras sofrem opressão política. São-lhes negados os direitos humanos básicos, por meio de regimes totalitaristas de extrema esquerda ou direita. Se protestam, são presas sem julgamento, torturadas e mortas. Outras ainda são vítimas de discriminação por causa de sua raça ou sexo. E todos nós somos oprimidos por problemas universais que parecem não ter solução, como a superpopulação, a fome, a exploração de fontes de energia não renováveis, a destruição do meio-ambiente, a violência comunitária, a guerra e a constante ameaça de um holocausto nuclear.
Todas essas condições têm suas raízes na pecaminosidade da raça humana exigem do povo de Deus uma resposta radical de amor. Somente o evangelho pode transformar o coração do homem. Nada pode tornar um povo mais humano do que a influência do evangelho. Mas não podemos nos limitar à proclamação verbal. Além da evangelização mundial, o povo de Deus deve se comprometer profundamente com assistência social, o auxílio, o desenvolvimento e a busca da justiça social e da paz.
b) Uma definição
Segue abaixo o parágrafo do Pacto de Lausanne concernente à “Responsabilidade Social Cristã” (parágrafo):
A firmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda forma de opressão. Sendo o ser humano feito à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade, possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos, às vezes, considerado a evangelização e a ação social mutuamente compatíveis. Embora a reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, do nosso amor para com o próximo e da nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando alguém recebe a Cristo, nasce de novo no seu reino e, conseqüentemente, deve buscar não somente manifestar como também divulgar a sua justiça em meio a um mundo ímpio. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.
b) A Motivação para a Responsabilidade Social
Tanto na evangelização quanto na responsabilidade social, nós reconhecemos que a base de nossas ações está no caráter do próprio Deus. Ele é o Deus da justiça, que odeia a maldade e ama a justiça em cada comunidade humana. Ele é também o Deus de misericórdia. Vemos que o Deus que criou o universo se humilha a ponto de preocupar-se com os necessitados; ele “faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome”. Além disso, o “Senhor liberta os encarcerados. O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos. O Senhor guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva, porém transtorna o caminho dos ímpios” (Sl 146: 7-9). Reconhecemos que não temos a autoridade nem o poder para fazer tudo o que o Senhor faz. No entanto, uma vez que esse texto nos mostra o tipo de Deus que ele é, e vendo a demonstração contínua dos cuidados dele através das exigências de sua lei e nos profetas, torna-se patente o tipo de pessoas que nós devemos ser, sedentas de justiça, liberdade e dignidade para todos, especialmente para os impotentes, que não têm como alcançar sozinhos esses ideais.
Não nos surpreende que Jesus Cristo tenha refletido a compaixão de seu Pai. Ele teve compaixão dos famintos, dos doentes, dos despojados, dos proscritos. Teve compaixão das multidões, porque eram pessoas aflitas e exaustas, como ovelhas sem pastor. E a sua compaixão resultou na ação adequada.
Além do mais, o primeiro fruto do Espírito Santo é o amor (Gl 5:22). É ele, portanto, que dá ao seu povo um consciência social sensível, impelindo-o a se envolver totalmente com a assistência humanitária, o desenvolvimento e a busca da justiça social.
Concluímos, portanto, que há uma base trinitária para a nossa responsabilidade social, assim como para a tarefa evangelística. Nós, dizemos pertencer a Deus e adorá-lo como Pai, Filho e Espírito Santo, devemos expressar a nossa adoração através dessas atividades. Orar e trabalhar!
(“Evangelismo e Responsabilidade Social”. Série Lausanne. São Paulo: ABU, 1985. Pp. 15-17. Um chamado à responsabilidade social).
Outras sofrem opressão política. São-lhes negados os direitos humanos básicos, por meio de regimes totalitaristas de extrema esquerda ou direita. Se protestam, são presas sem julgamento, torturadas e mortas. Outras ainda são vítimas de discriminação por causa de sua raça ou sexo. E todos nós somos oprimidos por problemas universais que parecem não ter solução, como a superpopulação, a fome, a exploração de fontes de energia não renováveis, a destruição do meio-ambiente, a violência comunitária, a guerra e a constante ameaça de um holocausto nuclear.
Todas essas condições têm suas raízes na pecaminosidade da raça humana exigem do povo de Deus uma resposta radical de amor. Somente o evangelho pode transformar o coração do homem. Nada pode tornar um povo mais humano do que a influência do evangelho. Mas não podemos nos limitar à proclamação verbal. Além da evangelização mundial, o povo de Deus deve se comprometer profundamente com assistência social, o auxílio, o desenvolvimento e a busca da justiça social e da paz.
b) Uma definição
Segue abaixo o parágrafo do Pacto de Lausanne concernente à “Responsabilidade Social Cristã” (parágrafo):
A firmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda forma de opressão. Sendo o ser humano feito à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade, possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos, às vezes, considerado a evangelização e a ação social mutuamente compatíveis. Embora a reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, do nosso amor para com o próximo e da nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando alguém recebe a Cristo, nasce de novo no seu reino e, conseqüentemente, deve buscar não somente manifestar como também divulgar a sua justiça em meio a um mundo ímpio. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.
b) A Motivação para a Responsabilidade Social
Tanto na evangelização quanto na responsabilidade social, nós reconhecemos que a base de nossas ações está no caráter do próprio Deus. Ele é o Deus da justiça, que odeia a maldade e ama a justiça em cada comunidade humana. Ele é também o Deus de misericórdia. Vemos que o Deus que criou o universo se humilha a ponto de preocupar-se com os necessitados; ele “faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome”. Além disso, o “Senhor liberta os encarcerados. O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos. O Senhor guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva, porém transtorna o caminho dos ímpios” (Sl 146: 7-9). Reconhecemos que não temos a autoridade nem o poder para fazer tudo o que o Senhor faz. No entanto, uma vez que esse texto nos mostra o tipo de Deus que ele é, e vendo a demonstração contínua dos cuidados dele através das exigências de sua lei e nos profetas, torna-se patente o tipo de pessoas que nós devemos ser, sedentas de justiça, liberdade e dignidade para todos, especialmente para os impotentes, que não têm como alcançar sozinhos esses ideais.
Não nos surpreende que Jesus Cristo tenha refletido a compaixão de seu Pai. Ele teve compaixão dos famintos, dos doentes, dos despojados, dos proscritos. Teve compaixão das multidões, porque eram pessoas aflitas e exaustas, como ovelhas sem pastor. E a sua compaixão resultou na ação adequada.
Além do mais, o primeiro fruto do Espírito Santo é o amor (Gl 5:22). É ele, portanto, que dá ao seu povo um consciência social sensível, impelindo-o a se envolver totalmente com a assistência humanitária, o desenvolvimento e a busca da justiça social.
Concluímos, portanto, que há uma base trinitária para a nossa responsabilidade social, assim como para a tarefa evangelística. Nós, dizemos pertencer a Deus e adorá-lo como Pai, Filho e Espírito Santo, devemos expressar a nossa adoração através dessas atividades. Orar e trabalhar!
(“Evangelismo e Responsabilidade Social”. Série Lausanne. São Paulo: ABU, 1985. Pp. 15-17. Um chamado à responsabilidade social).
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