A maçonaria compreende diversas crenças de diversos povos, por isto aceitam diversos nomes para Deus, embora prefiram chamá-lo de "Grande Arquiteto do Universo" (G.A.D.U. - forma única para denominar o deus de cada religião, adotada pelos três primeiros graus do Rito de York), nome pelo qual se designa, na Maçonaria, Allah, Logos, Osíris, Brahma etc, partindo do pressuposto de que se trata do mesmo deus com o nome variando conforme o povo (islâmicos, hindus, egípcios, budistas, judeus, cristãos etc). A Maçonaria reconhece que há diferenças na descrição do deus de cada religião, por isto há grande confusão de conceitos para se definir quem é o deus da Maçonaria, alegando que o problema está mais na falta de espiritualidade do homem que no nome de Deus em si. No grau do Real Arco do Rito de York, o maçom passa a afirmar que o verdadeiro nome de Deus é Jabulon. Cada sílaba da palavra Jabulon representa um deus, segundo Henry Wilson Coil (Coil's Masonic Encyclopedia, pág 516), é uma associação de Javeh, Baal ou Bel e Om (Osíris, o deus-sol do Egito). Ja, representa Javé; Bul ou Baal representa o antigo deus cananita, deus nacional dos fenícios, terra de Hirão, rei de Tiro (conf. II Rs 1:2-4); On representa Osíris, o misterioso deus egípcio. Nesse mesmo grau a Maçonaria une-se Yahweh, nome que consta na Bíblia, com divindades pagãs como Baal, On e Osíris, que, segundo a própria Bíblia, tratam-se de abominações pagãs repudiadas totalmente por Deus.
Para justificar o hibridismo entre o Deus dos judeus e cristãos com os deuses de outros povos, a maçonaria recorre ao exemplo de Salomão:
"O rei Salomão se caracterizou por certo espírito eclético. Conforme várias passagens bíblicas, os hebreus também tributavam honras semelhantes a outros deuses, aponto de os profetas os censurarem (Ez 8:14), e o próprio rei Salomão não era monoteísta ortodoxo. (I Rs 11:5, 7), talvez em respeito aos países vizinhos, muitos deles, seus aliados, bem como várias tribos que estavam a seu governo".
( A Maçonaria, O livro Sagrado)
Fica claro que a Maçonaria é henoteísta (crença em que o adorador adora a um só deus, mas admite a existência de outros) e ela despreza e exclui mais detalhes a respeito da postura de Salomão, que é condenável aos olhos de Deus segundo a Bíblia:
"Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do Senhor, como Davi seu pai"
(1 Rs 11:6)
Ao dar continuidade à leitura bíblica da história relacionada a Salomão, vemos que a conduta "eclética" desse rei gerou conseqüências negativas no reinado de seu filho Roboão.
Segundo o Dicionário da Maçonaria, já citado, na página 365, artigo 8º, é obrigatoriedade, de seus seguidores, crer num ser supremo, logo, um ateu não pode ser maçom, sendo-lhe negada a filiação. Apesar da declaração de que a Maçonaria não interfere nos princípios religiosos de cada seguidor, este se vê obrigado a crer em um ser superior e praticar diversos atos litúrgicos que exigem atos sucessivos de determinado tipo de fé, que contraria princípios de diversas crenças (inclusive cristãs), além do posicionamento filosófico dos ateus.
A Maçonaria pratica o ocultismo, a revista Ano Zero, nº 18, de outubro de 1992, pág. 42, declara:
"O esoterismo na Maçonaria é dos elementos que mais fascinam os iniciados e também pessoas que não fazem parta da ordem".
Suas práticas esotéricas e a Confissão de Primeiro Grau (citada anteriormente, onde o prosélito se confessa profano) fazem com que exista uma impossibilidade lógica de um cristão praticante ser também maçom, só o descaso ou ignorância dos autênticos preceitos cristãos permitem que alguém se diga maçom e cristão ao mesmo tempo, pois, como pode alguém que aceitou a Jesus Cristo como senhor e salvador (característica obrigatória para se denominar cristão à luz da Bíblia), se declarar profano pelo fato de ainda não ser maçom? Além de que as práticas ocultistas são condenadas em diversas passagens bíblicas, tendo especial destaque Deuteronômio 18:10-12:
Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti.
A Maçonaria Simbólica afirma que Jesus Cristo, do período dos 12 aos 30 anos de idade, segundo seus arquivos conservados religiosamente pelos monges tibetanos no Himalaia, esteve aprendendo conceitos da maçonaria egípcia junto aos monges do Tibete, sendo ali conhecido com o nome de Profeta Issa. Após este período, Jesus passou a pregar tudo aquilo que aprendeu com os monges, portanto, os ensinamentos de Jesus, são fragmentos da doutrina maçônica.
Tal afirmação não tem qualquer amparo histórico, não há evidências da existência de qualquer registros histórico que indique onde Jesus esteve entre os 12 e 30 anos, sendo bem mais provável a hipótese de que ele se manteve em Israel (se os maçons têm algum documento que prove o contrário, deveriam o expor ao mundo para testes de veracidade). Portanto, fica evidente que insinuar que Jesus foi maçom visa legitimar e prestigiar a Maçonaria com tão significante personagem da História da Humanidade, de forma semelhante a muitas outras religiões (ex: o espiritismo afirma que Jesus foi um grande médium; o catolicismo diz que Jesus determinou pessoalmente que Pedro se tornasse o primeiro papa).
Ainda convém observar que apesar da maçonaria praticamente afirmar que Jesus foi um maçom, o posicionamento de Jesus na Maçonaria é de apenas mais um personagem na história das religiões. No verbete "Religião" do Dicionário da Maçonaria se afirma:
"Todos eles foram unânimes em proclamar a paternidade de Deus e a fraternidade dos homens. Tal foi a mensagem de Vyasa, Hermes Trimegistro, Zarathustra, Orfeu, Krisna, Moisés, Pitágoras, Cristo, Maomet e outros".
Devido a proposta maçônica de aceitar todas as religiões, surge a necessidade de se criar orações "universais", onde se procura não escandalizar os não cristãos. Desta forma, proíbe-se o uso do nome de Jesus das orações, chegando até mesmo ao ponto de se adulterar trechos bíblicos que são mencionados na liturgia, como por exemplo:
O ritual maçônico ao citar I Pd 2:5 diz: "...para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus...", enquanto que na Bíblia está escrito "...para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo" (grifo nosso).
Parece justo que se há tanta consideração em não se escandalizar os não cristãos, também se deveria excluir as práticas ocultistas para não se escandalizar os cristãos.
Para mostrar seu aspecto religioso, a Maçonaria abre a Bíblia, em mesa especial, antes de serem iniciadas suas sessões e a fecha apenas ao final dessas seções, como demonstração de que a sessão se realiza sob os auspícios do Livro Sagrado. No entanto, tal prática trata-se apenas de um ritual, não indicando que a Bíblia é a regra de fé da Maçonaria. Apesar da Maçonaria se referir à Bíblia como sendo a "grande luz da Maçonaria" e recomendar sua leitura regular aos maçons, ela é tratada apenas como um símbolo, algo que não dita normas ou gera reformas nas tradições e práticas maçônicas. Isto fica evidenciado pelo fato de que em outros países se adotar outros livros considerados sagrados, mesmo os que se opõem ao cristianismo, o livro adotado pode ser o Alcorão, a Tripitaka, os Vedas, O Livro de Mórmon etc.
Comments