Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal aprovou a utilização de células-tronco embrionárias humanas em pesquisas que visam a cura de muitas doenças, no chamado artigo 5º. da Lei de Biossegurança. Para alguns, motivo de comemoração; para outros, de tristeza.
Mas o que significa a utilização das células embrionárias? Em poucas palavras, funciona assim: fertiliza-se um óvulo, que se desenvolve até o estágio conhecido como blastocisto (blasto= que vai gerar algo, e cisto= cavidade), onde o embrião se dividiu em cerca de 100 células, no decorrer de 5 ou 6 dias da fertilização. Segundo a lei, seriam utilizados blastocistos fertilizados em laboratório, aqueles que foram congelados e que poderiam ser jogados no lixo. Aliás, esse é um dos argumentos dos defensores da lei: já que os embriões serão, mais cedo ou mais tarde, descartados mesmo, melhor utilizá-los nos experimentos científicos, que aliás já são feitos em muitos outros países.
Ocorre que um erro não justifica o outro, e os fins não justificam os meios. O fato é que a vida começa na concepção, e isso é claramente demonstrado no multiplicar das células, que acontece sem a interferência da mãe. O espermatozóide une-se ao óvulo e surge uma nova estrutura, o “ovo”, uma única célula que, sem mais nem menos, divide-se em duas, que depois dividem-se em quatro, e assim sucessivamente, até tornar-se um blastocisto (ainda apenas células), e depois cada grupo de células-tronco toma uma forma específica, formando os vários órgãos do bebê. Note que, seja como “ovo”, seja como “blastocisto”, cada uma daquelas células já carrega, dentro de si, todo o DNA que formará uma nova pessoa. Por isso essas células são tão cobiçadas para pesquisa.
Quando no estágio de blastocisto, com 6 dias da concepção, o embrião é destruído para que suas células-tronco sejam utilizadas. Vou repetir: o embrião é destruído. Se o embrião não fosse destruído, suas células continuariam a se dividir e em algumas semanas estariam formando os órgãos.
Há dois sites que indico, que mostram claramente as fases de desenvolvimento do embrião: no site Gravidez Online vemos o “passo-a-passo” da criação de um bebê, e no site Planeta Bebê há uma animação muito bacana, mostrando os primeiros dias do embrião até a fase em que, segundo o Supremo Tribunal Federal, ele pode ser destruído.
Se, para as autoridades, um embrião não é um ser humano (pois, se fosse, teria total e inviolável direito à vida segundo a Constituição Federal, em seu artigo 5º.), o que o embrião é para Deus?
As tuas mãos me fizeram e me deram forma; e te voltas agora para me consumir? – Jó 10:8 (Deus primeiro nos fez, depois nos deu forma – embora, naquela época, não se conhecessem os estágios do desenvolvimento do bebê, Deus já revelara como acontecia);
Assim diz o Senhor que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi. – Isaías 44:2 (novamente, Deus cria e dá forma: será coincidência?);
Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe: O Senhor chamou-me desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome – Isaías 49:1 (enquanto estamos sendo formados, Deus já nos conhece por nosso nome);
Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta. – Jeremias 1:5 (Deus nos conhece antes mesmo de sermos formados).
Assim, a aprovação do artigo 5º. da Lei de Biossegurança traz pelo menos um precedente perigoso: o de tornar qualquer aborto em estágio inicial de gravidez como legal, afinal um embrião de laboratório não difere de um embrião no útero materno, e por isso ambos podem ser reconhecidos pelas autoridades como seres “não-humanos”, passíveis de experimentações e de destruição. Agora, com as bênçãos do STF poderemos abortar nos primeiros dias de gestação, afinal o que há no útero é apenas um amontoado de células que se dividem por algum acaso do destino!
Há muito que o homem quer ser “deus”. Esse desejo se iniciou no Jardim do Éden. Eis a promessa da serpente: “É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele (do fruto proibido) comerdes se vos abrirão os olhos e, COMO DEUS, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gn 3:4-5). Ao tentar se igualar ao Criador, o ser humano cometeu seu primeiro ato de rebeldia e a partir daí não parou mais. Só que, com o avanço da ciência, o ser humano tem achado possível ser um deus. Se faltava o poder de criar seres vivos, hoje isso já é possível: basta manipular os genes certos e cria-se ratos com orelhas nas costas, ratos fluorescentes, ovelhas clonadas. Há até uma seita, a dos raelianos, que através de sua empresa Clonaid divulgou ter clonado um ser humano em 2003, segundo reportagem do site Terra.
Sempre que o homem quis ser “deus”, o verdadeiro Deus agiu com grande ira, pois Ele não divide Sua glória com ninguém (Is 42:8). Esse “brincar de ser deus”, instituído ontem pelo STF no Brasil trará suas conseqüências. O ser humano não compreende, mas a criação está clamando na forma de terremotos, tsunamis, fome, secas, enchentes, guerras, toda espécie de males. No Antigo Testamento há notícia de sacrifícios de crianças a um deus chamado Moloque (Jr 32:35). Infelizmente o culto a esse deus está mais atual do que nunca, através dos abortos clandestinos, e agora também dos abortos legalizados em laboratório. O homem não compreende, mas não apenas quer ser “deus”, mas idolatra a um outro “deus” através de seus atos impensados.
Nessa hora muitos estão alegres: muitos cientistas e os que possuem alguma doença cuja esperança de cura esteja na manipulação de células-tronco embrionárias. Grande é o sofrimento pelo qual passam, mas uma experiência, que não traz nenhuma certeza de cura, não justifica a institucionalização do assassinato de seres humanos em formação, que não têm como se defender. Com certeza, os que hoje sobreviveram e convivem com deficiências não gostariam de ter sido descartados quando ainda em formação, o que atualmente pode muito bem acontecer, pois com o avanço da genética é possível diagnosticar doenças no embrião, bastando à mãe querer ou não manter a gravidez. Pena que, como seres humanos, tendemos a pensar apenas em nós mesmos, em detrimento dos demais.
Nessa hora de tanta tristeza para outros, os que independente de religião crêem que a vida começa na concepção, e para os que crêem num Deus que controla todas as coisas, inclusive participa da concepção, dando vida àquela célula-ovo e ordenando-lhe que se divida e forme o ser humano, e que tem o poder de reverter toda e qualquer doença, e que pode inclusive usar de uma doença para que Sua glória seja manifestada na Terra, resta-nos, como Igreja, como Corpo de Cristo, clamar e nos arrepender, colocando-nos na brecha como nação brasileira, pois o pecado dos governantes paira sobre todo o país (2Sm 24, por exemplo). Que Deus não fale de nós aquilo que falou ao profeta Ezequiel, no capítulo 22:30:
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei”.
Antes, que Deus possa falar a respeito do Seu povo aqui no Brasil:
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” – 2Cr 7:14
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