Ultimamente, a evasão nos cultos é uma realidade, digamos que é uma estimativa esperada devido ao novo padrão de conduta social. O trabalho cada vez mais exigente, tanto no horário do cidadão, quanto na exigência de aperfeiçoamento técnico-profissional, que empurra Chefes de Família e Estudantes a ocuparem suas antigas horas vagas com cursos, faculdades, pós-graduações... Devido a isto, não é de se espantar que hoje em dia haja poucos disponíveis para frequência diárias, incondicionalmente o culto sofre, e a obra só não para porque o Senhor está no controle!
Com esta nova realidade, os líderes locais montaram estratégias, e lançaram mão dos recursos midiáticos como forma de alcance de mais prosélitos, e de edificação daqueles crentes verdadeiramente impedidos de comparecer aos cultos, como faziam seus pais, ou podemos dizer "os crentes que os antecederam" nas décadas passadas. É uma triste realidade e desafiadora a questão da adequação (e não secularização) do comportamento da Igreja a nova fase que tem experimentado. Enquanto que na década passada nas Assembleias de Deus, televisão era a Besta Fera do lar Cristão, hoje ela é o 'xodó' dos mais beatos Crentes que existam.
Em uma determinada sexta-feira, quando chegava ao seminário, notei grande público dentro do templo, além de um púlpito repleto em pleno início de final de semana - "certamente haverá algum casamento" - pensei comigo, mas minhas deduções eram mais otimistas que a realidade, pois o grande motivo da reunião do formigueiro cristão, não era 'O Culto' nem a comemoração do 'Mandamento Sagrado', era simplesmente a transmissão televisiva da 'Comunhão'.
Notei de imediato que o motivo de ocupação dos primeiros lugares, não era para escutar melhor a palavra, ou por ter o "lugarzinho cativo semanal", das duas uma: ou era para o Culto Sair bem na Fita, ou para o Crente aparecer na Televisão. Não quero que os irmãos me tenham por REBELDE SEM CAUSA, nem achem que sou contra a transmissão do culto ao vivo ou televisivo, pelo contrário, sou o primeiro a apoiar, porém uma coisa que nunca vejo como marca do Cristianismo, é a APARÊNCIA.
Não devemos trocar o costume de vir a igreja e lota-la durante os dias da semana, por momentos de aparição na mídia. O motivo que deve lotar os nossos templos não é uma boa apresentação em público, mas a adoração e o desejo de aprender daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Estamos secularizados não por uma transmissão de TV, ou por uma adequação comportamental diante da exigência da sociedade, mas a nossa secularização mostra-se quando perdemos o foco dos rudimentos da fé, das Palavras dos Profetas, dos Mandamentos dos Apóstolos e da falta de real comunhão diária com os irmãos em Cristo.
Rogamos a Deus que nossos cultos alcancem vidas, mas que o alcance seja muito mais que ondas invisíveis que invadem os lares, mas que seja o reflexo e o exalar do bom perfume de Cristo exalado pela Igreja do Senhor. Maranatha!
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