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Vv1 – o salmista roga para que
Deus responda sem demora a oração. Pede para que o senhor não ignore as queixas
do seu servo. A palavra “dá ouvidos” está no sentido de “dar atenção” (heb.
‘azan). Na versão Revista e Corrigida, a
expressão usada é “inclina”, porem a intenção do salmista é que o Senhor
“prestasse mais atenção” a oração que estava sendo feita.
O que o salmista pedia era “um
favor”, que é traduzido por “suplica”; podemos então entender que o salmista
pedia para que o Senhor desse uma
atenção especial aquela oração, e que contava com a benevolência do Senhor,
pois estaria pedindo um favor a Deus.
Vv2 – O favor que esperava era de
tanta importância, que estava se “sentindo perplexo” e “andando perturbado”.
Versão revista e corrigida, a expressão usada é “lamento-me e rujo”, o verbo
significa “queixar-se e Bramir”; o que acontecera com o salmista fora algo que
o perturbou a ponto desse queixar-se perante Deus e andava confuso.
Vv3 – Agora é revelado o motivo
da angustia: “pessoas sem Deus estavam lançando calamidade sobre ele”. Essa
palavra “calamidade” vem do hebraico ‘ãwen
que remete ao sentido de “problema”, “iniquidade”, “mal”, “grande
tristeza”, ou seja, a angustia do Salmista se dava por estarem o hostilizando
com fúria, sem tolerância.
Vv4 – O Salmista, devido a tudo
isto, sentia dores em seu coração, como se fossem dores de parto. Embora não
fosse dor literal, o escritor quis expressar o quanto estava angustiado com as
circunstancias. Sentimento de medo sobreveio ao salmista “terrores de Morte”,
fora surpreendido com tal perseguição que sofrera por causa de seus inimigos
(vv3).
Vv5 – O Salmista endossa o
sentimento que lhe acometera. Estava totalmente tomado pelo pavor.
Vv6 ao 8 – Davi enxerga na fuga a
solução para o seu dilema (vv6); ele objetivava o isolamento, manter-se longe
de tudo e de todos (vv7), peregrinando, sem destino, mas se houvesse algum
estabelecimento, isto se daria no deserto, longe de todos (e tudo), ele possuía
pressa em livrar-se do que chamava de
“tormenta”, “fúria do vento” e da “tempestade”. Tinha pressa em ver-se livre de
seus acusadores (vv8).
Vv9 – Agora o perseguido apela ao
Deus todo Poderoso. Que “despedace” (ARC – Almeida Revista e Corrigida),
“Destruir” (ARA – Almeida Revista e Atualizada) os “conselhos” a “língua” ou
seja “o clamor do Inimigo” (vv3). O segundo pedido de “confundir os conselhos”
(o primeiro foi o de “destruir”); pede ao Senhor que faça cessar a comunicação
entre eles (como aconteceu em Babel), a fim de que eles não consigam mais tramar
(levantar seus clamores) contra o salmista, e assim não sobreviesse mais os
sentimentos encontrados nos vv 2 ao 5. O
motivo que levou o salmista a essa petição fora a publicidade da violência e da
contenda que, devido aqueles “clamores” e da “opressão” dos ímpios que agora
ecoava na cidade. Essa observação significa no original “ver analiticamente a ponto de aprender sobre o outro”, ou seja, o salmista
via a violência propagada de uma tal forma dentro da cidade que aquilo o fazia
pensar sobre o transgressor, aprender sobre ele e analisá-lo, não só ele, mas
outras pessoas também (aprenderiam suas transgressões), isso poderia refletir
diretamente no comportamento dos observadores, pois de certo modo poderiam
experimentar os delitos (verbo heb. Rã’ah – experimentar) ver sentido do verbo
em Jeremias 5:12: ...”não veremos a espada nem a fome”, como se não fossem
participar das tormentas que havia de vir.
Vv10 ao 11 – Continuação do
versículo 9 onde ele passa agora a relatar o modo como se instalara a perversão pública “diuturnamente” havia nas
muralhas e muros adentro (de seus limites às suas praças) um acampamento de
perversidades e malícias, destruição e engano (vv11). Os clamores (vv3) estavam
infectando a cidade: dos muros ao centro se manifestava podridão. Há continuidade
do pecado (vv16), é constante o engano dentro e nas vias daquela cidade. Segundo
comentário da Bíblia Anotada, trata-se de atividades terroristas, rebeldes: inconsequência
e radicalismo junto à intolerância.
Vv12 ao 14 – juntamente com outro
trecho (vv20 ao 21), esta seção inicia uma revelação estarrecedora: os inimigos
na realidade eram conhecidos, não se tratava de estranhos opositores, era um
AMIGO ÍNTIMO (Vv13). No vv12 é afirmado que se fosse um desconhecido, haveria
medidas preventivas, o ofendido se resguardaria, não seria surpreendido, se
esconderia para frustrar a intenção má; ...”não é inimigo”... (vv12) ...”nem
quem me odeia”, tais declarações esclarecem que não haveria lamento caso fosse
por meios alheios ao seu circulo mais intimo de amizade, afinal, o que ele
poderia esperar mais de um inimigo? Se de fato a ofensa procedesse de seu
inimigo, ele estaria pronto a suportar. Mas, trata-se de um amigo, além disso:
um amigo ÍNTIMO (Vv13), alguém a quem considerava igual, companheiro. O
sentimento que regia o lamento de Davi vinha da alma, era um sentimento de
traição. Talvez o mais surpreendente seja o fato desse “amigo” ser também um “irmão
de fé” (vv14); eis o motivo da perturbação do Rei (vv2). Devido as
circunstancias, este amigo, é apresentado a Deus agora na Condição de Algoz:
Inimigo e ímpio (vv3).
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António Jesus Batalha.